Não sou por não existir

Não sou por não existir

crendices poéticas, bebendo palavras,
rimas quebradas, plágios, ditas por ti,
vês, pelos meus olhos, os que os teus apenas imaginaram,
adjectivos, imagens transcritas, sentimentos 
finjo ver, escutar teu mundo
agarrar, aprisionar em mim
o som das marés, o abafado
caminhar dos teus pés…

não, não sou diferente
finjo poeticamente, ouvir-te
no bater de asas de um morcego
ver-te no brilho quase apagado
de uma estrela no firmamento…

não sou poeta, não sou ninguém,
escondo-me, por detrás das palavras,
nas entrelinhas, nas vogais, 
por detrás de um ódio, figadal
à luz, que me abrasa, que me queima
que me entorpece os dedos,
que me faz ser, 
quem não quero revelar,
por apenas querer,
continuar a ser,
palavra,
nada mais!

Sírio Andrade
 13 de Agosto de 2015

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