Odorífico perfume…

Odorífico perfume…

nasce-te no peito o êxtase das minhas mãos
no semblante o perfume de rosas
nesse aninhar de onde te sorvo o odor
vivo como ondas e passos soltos
cânticos soltos na língua, mingua do tempo
orgasmos mar em terra santa, pecados gemidos…

morrem-me os leitos vazios na saudade
e todas as candeias que se apagam na espera
as tulipas… choram fechadas, e o cálice?
o cálice em pranto clama pelo soro da vida…

odorífico perfume o nosso, impregnado na alma e no beijo
a sim seja o amor… o querer e o desejo…
gemido nos lábios escorrente… odorífica saudade nos espera…
que nos nasçam as rosas no peito… e a verdade nos dedos…

António Alberto Teixeira de Sousa
27/11/2023
In: Poemas de nada que se perdem na calçada

Do amor vejo apenas o que sinto e dou…

Do amor vejo apenas o que sinto e dou…

do amor sinto apenas o que dou e vejo
nesse sorriso que nasce estampado no teu rosto
nessas faces resplandecentes do sol que se ergue
e eu quase que me esqueço de sentir só de pensar nela.
não sei bem o que quero, mesmo dela, a não ser o que sou
e do que dou sou apenas o vento do que sou
e eu não penso senão nela, tenho uma grande distracção,
essa que me congrega para ela, e tudo o que é
e tudo o que a faço sentir, sabendo que sente mesmo não estando
mesmo não sendo presença, faço me desejo e fome…
quanto desejo encontrá-la, quase que prefiro não a encontrar,
para não ter que a deixar depois… mas do amor sou o que vejo
e o que sinto e tudo o que dou…
do sol, sou a brisa da espuma que bate na rocha…
e todos os dedos, e todos os cheiros, e todos os mimos…
e sou-lhe o gemido fogoso do acordar…

e ela? Sorriso nos lábios, e um dia… sou-lhe amor…

António Alberto Teixeira de Sousa
25/10/2023
In: Poemas de nada que se perdem na calçada

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