Escolhi amar-te IV
Será possível? Talvez até seja, mesmo que continues a meu lado, mesmo que minhas narinas continuem impregnadas de teu cheiro, que tenha o teu sabor em meus lábios, sinto o coração apertado na saudade, pois sei que não te demoras, que irás partir. Sei que sofrerei em mim, a ausência de teu ser, teu corpo, que na solidão apertada da noite, apertarei contra mim a almofada, essa que me mantém, como memória de ti.
Noite esta que me dá em si o significado de ti, num aceno, num beijo, abandonas-me em mim, num solitário eu, na ausência de um nós que lhe dê significado. Assim sofro, como se soubesse que me arranca um pedaço de mim, para contigo vá, também eu dando significado à tua corporal ausência.
Vai, não te demores por mim, pelos meus carnais desejos de presença, vai, sei bem que vais contrariada, mas vai, recebe por ti nosso sustento, vai, não te prendas, leva-me contigo, impregnada em tua pele, meu cheiro no teu, meu sabor no teu, meu coração no teu. E como bate amor o nosso coração, sincronizado a um só som, uma só batida.
Um beijo, nada mais, um brilho escorrido no olhar, escondes a face, mas eu sei, também eu te sei, sigo-te com os olhos, com os ouvidos, toda eu te sigo… Ao olhar, vejo afastar-te, e mesmo sabendo da ausência de teu corpo, sinto-te em mim, como se me pertencesses, como se tu fizesses parte de mim!…
Vai, que eu estarei aqui esperando!…
Alberto Cuddel
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