A Grande Mentira e a Ascenção do Nazismo(qualquer associação com a atual realidade não é pura coincidência)

A Grande Mentira e a Ascenção do Nazismo
(qualquer associação com a atual realidade não é pura coincidência)

A grande mentira (do alemão, große Lüge) é uma distorção grosseira ou deturpação da verdade, usada especialmente como técnica de propaganda. A expressão alemã foi cunhada por Adolf Hitler, em seu livro Mein Kampf, de 1925, para descrever o uso de uma mentira tão colossal que ninguém acreditaria que alguém “pudesse ter o atrevimento de distorcer a verdade de forma tão infame”. Hitler afirmou que a técnica foi usada por judeus para culpar o general alemão Erich Ludendorff, que foi um proeminente líder político nacionalista na República de Weimar, pela perda da Alemanha na Primeira Guerra Mundial. O historiador Jeffrey Herf diz que os nazistas usaram a ideia da grande mentira original para virar o sentimento contra os judeus e provocar o Holocausto.

Herf afirma que Joseph Goebbels e o Partido Nazista realmente usaram a técnica de propaganda da grande mentira que descreveram – e que a usaram para transformar o antissemitismo de longa data na Europa em assassinato em massa. Herf argumenta ainda que a grande mentira dos nazistas foi sua descrição da Alemanha como uma terra inocente sitiada contra os judeus internacionais, que os nazistas acusaram de ter iniciado a Primeira Guerra Mundial. A propaganda nazista alegou repetidamente que os judeus detinham o poder nos bastidores na Grã-Bretanha, Rússia e Estados Unidos. Espalhou alegações de que os judeus haviam começado uma guerra de extermínio contra a Alemanha e usou essas alegações para afirmar que a Alemanha tinha o direito de aniquilar os judeus como autodefesa.

No século XXI, o termo foi aplicado às tentativas de Donald Trump de contestar os resultados da eleição presidencial de 2020 nos Estados Unidos. A grande mentira neste caso é a falsa alegação de que a eleição foi roubada dele por meio de fraude eleitoral, e a escala dos proponentes da reivindicação culminou com a invação de apoiadores de Trump ao Capitólio dos Estados Unidos.

Hoje a “grande mentira” ataca às minorias étnicas, religiosas, emigração, e de género… Baseada na ideologia que o estado é corrupto, que as polícias não tem poder, potenciam a violência e ódio social para descontentamento geral das populações e assim reforçarem poderes, hoje baseada nessa mentira populista, grande parte da população aceita que o poder das autoridades seja aumentado, que a sua autoridade não seja questionada, que sejam cortados todos os apoios sociais, potênciando o aumento da criminalidade, introdução do discurso religioso na política, exaltação de um nacionalismo bacoco e totalmente esgotado.

“Deus, Pátria, Família”

Exultação de uma maior “liberdade” laborar, iludindo a massa trabalhadora com menos impostos e segurança sócial, com a ilusão de maiores ganhos, podendo “saltar” dê empresa em empresa com contratação individual, um mesmo trabalho, salários diferentes dependendo da amizade ou do que ofereces ao empregador…

Um Retrocesso dos direitos das mulheres, regresso aos “valores” morais do século passado, onde nomeadamente o divórcio só era concedido com motivo válido. Mas em que a mulher tem direito a ficar em casa alimentada pelo Marido…

Uma estupidificação em massa da população com a liberdade de escolha do ensino, público ou privado, em que cada escola escolhe os seus programas… Escola para as massas e para as elites diferenciadas…

Um ataque deliberado à veracidade do jornalismo, a repetição de ideias populistas sem concretização factual, ou sem mostrar as consequências. Nunca enumeraram valores, nunca mostram que direitos serão retirados, que cortes serão feitos e que tipo de política querem concretizar…

Assim começou o nazismo… E para muitos desses senhores desses movimentos o holocausto é uma invenção dos livros de história ou um mal extremamente necessário para acabar com um cancro financeiro dê uma sociedade em decadência…

Vale a pena pensar nisto…

Graças a alá, isso hoje não acontece porque Jeová está no comando…

Sonho perigoso de um futuro que pode acabar…

Leva-me para casa, abraça-me esta noite

Leva-me para casa, abraça-me esta noite
não me deixe só, com os meus silêncios…

arranca-me da estrada, faz-me acreditar
dá-me a tua mão, relembra-me de amar…
beija-me no olhar, para que te possa ver
para me lembrar, que não vale ainda morrer…

leva-me para casa, abraça-me esta noite
não me deixe só, com os meus silêncios…

ilumina-me os sonhos, tristes e enfadonhos
arranca-me as palavras, que me mordem o peito
levanta-te comigo, leva-me contigo
mostra-me outra vida, sem ser triste e ferida…

leva-me para casa, abraça-me esta noite
não me deixe só, com os meus silêncios…

leva-me para casa, abraça-me esta noite
deita-te comigo, sonhemos o amanhã
antes que seja tarde… leva-me para casa…

António Alberto Teixeira Sousa
In: Sonho perigoso de um futuro que pode acabar…
20:54 07/08/2022

Sonho perigoso de um futuro que pode acabar…

Eu não sonho possuir-te. Para quê?

“E já que queremos ser estéreis, sejamos também castos, porque nada pode haver de mais ignóbil e baixo do que, renegando da Natureza o que nela é fecundado, guardar vilãmente dela o que nos praz no que renegámos. Não há nobrezas aos bocados.
Sejamos castos como eremitas, puros como corpos sonhados, resignados a ser tudo isto, como freirinhas doidas…”
Bernardo Soares

Que o nosso amor seja uma prece, genuflectidos diante um do outro por entre gemidos e bocas cheias de fecundo saber. Que todos os nossos momentos sejam rosários cadenciados no estudo da décima, que a Salve-Rainha advenha dos teus lábios, que Avé maria te leve á loucura, que o Pai-nosso venha apenas no fim, antes da nossa glória… sejamos castos um no outro, sejamos estéreis os dois.

Tudo findará, mas nos iremos prevalecer à fé dos homens, homem e mulher, e fecundaremos de novo a terra, inventando novos deuses, novas fés, sendo deuses, de pedra e de pé…

Escrever é lembrar-me das coisas, de ti e de mim, possuo-te aqui na memória em que nos escrevo, creio tantas vezes que caminhamos num abismo vazio de vida, porque tudo apenas parece, chegamos mesmo a dar saltos temporais entre um momento de lucidez e outro, no pleno tempo que, entretanto, passa, somos marionetas programadas por uma vida civil e uma sociedade militarizada pelas regras e leis… esquecemos de orar, de meditarmos um no outro em posições impossíveis de Yoga… sejamos francos, sinceros, às vezes queremo-nos, outras esquecemo-nos…

Sabes já ontem escrevia versos, e achava-os bons de verdade, mas hoje sei que não, são apenas versos como tantos outros versos escritos por outros tantos que escrevem versos bons. Lembrei-me disto como de outra coisa qualquer de um livro qualquer que poderia estar a ler como “Depois do Fim”. Tenho que te pedir perdão, não é fácil, mas há verdades e segredos que devem ser ditos, antes que me consumam por dentro e me corroam as entranhas. – Ontem traí-te…

(silencio)

Sei que não é fácil ler, acredita muito mais custoso é para mim escrever-te, mas é a verdade, ontem sonhei que te fodia, e tu não estavas ali comigo, estavas a trabalhar como de costume, mas cometi em sonho o terrível pecado da fornicação com mulher casada, sem que estivesses comigo… não sei se me poderás perdoar ou até se cresce em ti o desejo de vingança e o cometas também, comigo sem que esteja contigo…

Este tempo intermitente mata-me… e eu adormeço, como um morto-vivo… ando por aí… até que te possua em mim…

António Alberto Teixeira Sousa
In: Sonho perigoso de um futuro que pode acabar…
04/08/2022 

Sonho perigoso de um futuro que pode acabar…

Solidão do léxico que me acompanha…

Não sei o que mais virá em mim revolver a conjugação verbal que calo… essa concomitância do sentir tão irritantemente absurdo na busca pelo novo, quando o velho nada tem a oferecer, e fico… já não me apetece dar os passos que devo dar, não me apetece mudar, mudar dói, crescer dói, aprender dói… para que ser, se tudo aos teus olhos se resume a esse absurdo tão familiar e natural do ter… e eu tenho, e posso ter tudo…

Ergo-me atónico da mesa do café, como se nunca me houvesse ali sentado cansado de olhar o mundo, e tu passas por ali como um desafio ou a tentações de Cristo, e eu? Finjo em mim que te resisto, não pelas formas do corpo, mas pelo desafio do espírito, tu fêmea, dona e senhora do mundo, na tua certeza multitarefas sabes, como sempre soubeste que podes por tu criar toda a humanidade. Isso revolta-me, o facto de me saber apenas escolhido, sem a mínima hipótese de ser eu dono do meu destino…

Em mim foi sempre menor a intensidade das sensações que a intensidade da consciência delas. Sofri sempre mais com a consciência de estar sofrendo que com o sofrimento de que tinha consciência. A vida das minhas emoções mudou-se, de origem, para as saias do pensamento, e vivi sempre mais amplamente o conhecimento emotivo da vida, como se procurasse nesse corpo e na descoberta do prazer nas sinapses neuróticas a razão humana do sofrimento da criação. E Deus criou-te, eu nasci de ti Mulher, solidão do universo que me acompanha… quero-te porque de ti descendo, para te absorver em mim nesse sentir complexo de tudo sentir…

António Alberto Teixeira Sousa
In: Sonho perigoso de um futuro que pode acabar…

Sonho perigoso de um futuro que pode acabar…

Ontem a véspera de hoje…

Não esperei o amanhã, nem tão pouco a saudade dos beijos que se perderam na vontade sem nuca terem sido saboreados pelos meus lábios, não, não esperei, sentei-me e parti dali sem rumo certo. Olhei-te ainda como numa despedida acenando lenços brancos enquanto o barco zarpava rumo a um planeta distante… tudo era tão certo e tão real, a vida era essa certeza inquieta de ser uma existência virtual da perseguição da vontade…
Olhei inquieto o espaço vazio entre mim e o querer sair dali as paredes de um âmbar fosco aprisionavam-me os sonhos, mas eu voava entre as ervas daninhas e o pouco milho que imaginava, não havia água, mas chovia no meu olhar… entre os girassóis atordoados por uma luminescência plena, sem vontade própria de seguir um rumo inexistente, apenas as caturras quebravam o silencio dos campos, não havia corujas, nem ratos, nem noite… tudo era cientificamente aborrecido…
Tive ideias de levantar-me e partir, mas o destino era em mim incógnita… para onde se nem na morte a certeza existe… saia dali, e ia… sem destino, sem rumo, sem futuro, sem metas ou objectivos, tudo estava ali pronto, bastava um pensamento, comia, na ilusão de ficar saciado, bebia… dormia, beijava-te até… nem tinha a possibilidade de sentir saudade, tudo era tecnologicamente satisfeito, todas as vontades, todos os desejos… como sentia falta de ontem, desse tempo em que corria atras de tudo, que tinha sonhos reais, desses que nunca são realizados…
E ontem era tão somente a véspera de hoje, de um tempo sem futuro e sem desejo… resta-me um, morrer… e o hoje que nos proporciona a vida não permite…


António Alberto Teixeira Sousa
In: Sonho perigoso de um futuro que pode acabar…

Conversa (descon) fiada

Conversa (descon) fiada

Revolves palavras ditas ao vento,
Retidas no tímpano ouvido adentro,
Matutadas, digeridas, meditadas,
Soltas e perdidas, assim em nadas,
Num tudo do adestrado pensar,
Que lhe dão um outro significado,
Palavras sequestradas a compensar,
O conteúdo pensado adulterado!

Conversa de parvos mal sintonizada,
Conversa falada, fiada, gritada, calada,
Diálogo de surdos ralhada na exaustão,
Por ideias banais de um qualquer cidadão!

Esgrima de argumentos, sujos no chão,
Por uma palavra ou comprido palavrão,
Conversas da treta da trampa não passa,
Até que um se cale ou aja uma desgraça!

Cabeças duras que de duras são surdas,
Burras não são mas vestem albardas,
Para no fim num abraço, ou desistência,
Acabasse a discussão e toda a abstinência!

Conversas fiadas sem terem razão,
Acabam sempre por dar discussão,
Calem-se as vozes que alto gritam,
Olhem, o céu, os outros e reflictam,
Se calados ficarem sem contrariar,
Saímos todos um pouco a ganhar!

Conversa fiada,
Não leva a nada!

Alberto Cuddel
17/07/2015

“Reflexões do dia de hoje”

Sê em mim…

Sê em mim…

não me esperes na lassitude do tempo
vem, procura-me, encontra-me em ti
faça-se em mim segundo a tua vontade…

nesta ânsia de me amares, provocas-me
desperta-me o corpo dormente
na volúpia latente, desse corpo quente…
na insanidade louca desse amor
sobes em mim, como serpete
que me enleia nos beijos, nos ósculos
nas mãos, nesse olhar que me devora…

mata-me o tédio dos dias, enlouquece-me
renovadas noites, uma e outra vez…
beija-me, percorre-me o corpo e bebe-me..

afasta de nós a monotonia do ser
incendeia a paixão adormecida do cansaço
faz-te em mim, sê em mim,
mulher, amiga, amante…
roubemos as noites em nosso leito
adormeçamos só no raiar da aurora…
façamos amor, sempre e também agora…
que as noites se façam dias, que os dias sejam notas
e os beijos segredos, e na voz doce…
desejo-te, toda agora…
despe-te de tudo
veste-te apenas de mim…

Tiago Paixão

Despes-me a alma, na tua nudez

Despes-me a alma, na tua nudez

Despida inquires-me:

  • amas-me, desejas-me além do corpo que te sirvo?

Que nesta vontade do sentir
Existamos aqui, diante dos corpos
Esse tesão da alma que se consagra…
Que sem tempo me ames
Nos beijos, nos loucos joelhos
Que me prendas em ti e por ti
Loucas sejam as mãos e as noites
Vontade que te cresce nos seios
Que seja tu, eu, e nós
Que seja loucura, vontade
Querer, gemer, verdade…
Que seja sentir, definir, possuir
Aqui, ali, não importa
Que seja sem tempo
Sem interrupções
Que venhas, que fiques
Que permaneças em mim
E por fim, bem lá no fim
Que tudo seja prazer
Que tudo seja viver
Que as noites, as nossas noites
Jamais tenham tempo…

Tiago Paixão
24/01/2021
12:45

Já sonhei…

Já sonhei…

já sonhei poder ler tuas palavras e conhecer-te,
olhar a tua imagem de perfil e ver-te,
ser real o que na realidade mostras ser,
seres tu, sem que te tenhas que esconder,
sonhei que a virtualidade,
era imagem da tua realidade,
já sonhei…
mas a cada dia acordo um pouco,
a cada dia, vejo o sonho de cada vida,
a cada dia, uma nova e triste saída,
uma realidade, uma ilusão, um sonho,
um viver iludido, realmente tristonho,
agora que acordei…
ondes estás realidade que sonhei?
porque tens medo de ser tu?
tudo pode ser tao diferente na amizade,
tanto podemos ajudar a realidade,
deixa cair, a tristeza, a inveja,
deixa que o mundo te veja,
como na realidade és,
deixa render-me a teus pés,
deixa cair a máscara da ilusão,
deixa poder segurar-te na mão,
deixa poder mudar, a tristeza,
a desconfiança e incerteza,
que te assola o coração,
que impede a visão,
de sonhar um novo futuro,
onde o sentir é muito mais puro,
se te deixares de esconder…
sé verdade, e volta a viver…

Alberto Cuddel
19/07/2015

Ser mãe onde se desconfia

Ser mãe onde se desconfia


Ser mãe onde se desconfia
Ser mãe é de mulher assumir a fibra
ser mãe é doação a todo o amor alheio
dar vida a partir de todo o seu seio,
saber sorrir se por dentro a dor vibra.
saber doar-se, do perigo seu filho livra
sorrir ao mundo por todo seu anseio,
largar no tempo ao assumir o receio,
pesar entre a pressão assim o equilibra!
No todo amor dedicado a um filho,
reflexo de si no espelho afortunada,
luz ardente ao olhar e doce brilho!
Ser mãe e o choro entre um sorriso!
ter preocupações amor, e não ter nada!
Ser mãe é um doce inferno no paraíso!
Ser mãe depois do Douro, São Tomé
Terras da família de Dom Nuno
Entre a Aboboreira e o Marão
Cá manda os que cá estão…
Ser mãe por terras da Vila onde há conde
Ali junto ao plano que nos traz as asas
Voam os sonhos das letras, primeiras
Terceiras e segundas, aí Régio, culpado
De poeta e já cedo se ter tornado…
Por terras da Maia abandonado
Lá chegou já bem acompanhado
De anilha no dedo e já casado
Recambiado para as terras do toureio
Para Vila Franca veio por dinheiro
Pelo trabalho que o eleva, comboios
Se fez grande, poeta, vigor de pinheiro
Papel onde realizou todos os sonhos…


Alberto Cuddel
Desafio mãe e terra mãe…

Alberto Cuddel
Enviado por Alberto Cuddel em 26/02/2021
Código do texto: T7193272

Poetica I

Poética I


Tenho em mim essa arte negra
De somar palavras aos versos
Reinventado coisas já feitas
Tenho o desplante de escrever
Neste despir do corpo cadavérico…
Chamo-me poeta, os outros não
Não, não, não me chamam
Apenas me lêem no silêncio
Como se me quisessem vestir a alma
De mil sois e galáxias, queriam que fosse
Meramente o que não sou, pó…
Caminho nos pensamentos errantes
Por entre lagos e lagoas de podridão
Nesses cemitérios cobertos de amor
Ilusão de amantes eternos sendo nada
Espinhos de rosa-sangue ao peito
Máquinas loucas violam a Mater terra
Rabisco palavras falsas de uma dor que sinto
Pelos seios que me alimentam, Maria…
Onde sou e existo além do pó do papel?
Não sei mais quem sou?
De onde vim para onde vou
Poeta sadino escandaloso rimar…
Somos poetas? Por sentir diferente
o que é igual? Escrever igual o que é diferente
E o sexo? Esse orgasmo obtuso da lua nova?
Morrem-me as palavras nas vestes negras
Nesse baptismo descrente da algibeira
E tu Saulo? Porque te invocam?
Que mal te fizeram os Coríntios?
Haverá justos em Sodoma?
Rasguem-se os céus de fogo eterno
Enterrem-me, velem-me
Nessa lápide mármore
Na porta de um hospício.
Abandonem-me junto às estantes
Deixem-me ser apenas vogal
Apenas ponto final…
Mas eu sou… Sou apenas poema
Meramente poeta
Falso é certo, mas verdadeiro
na mentira que professo
Sou a dor fingida
Da dor que foi sentida…

Alberto Cuddel
25/02/2021 23:35
In: Entre o escárnio e o bem dizer,
Venha deus e escolha XXXIV
Enviado por Alberto Cuddel em 27/02/2021
Código do texto: T7194268

Poética II

Poética II

Somos as minúsculas letras de um livro, que juntos nos fazemos poema!
quando chegamos, a sensação do privilégio
somos mais altos, de toda a nossa estatura
apenas porque fomos, tínhamos esse destino
tudo estava destinado a ser certo, concreto
há galáxias dentro do peito, mas as estrelas?
sempre brilharam não com hidrogénio ou hélio
mas pelo oxigénio dos teus beijos, pelo amor…

eis-me aqui confiante diante deste lago esverdeado
barco sem velas, mas de leme fixo
[não chove,]
sem lágrimas a saudade suicida-se a cada olhar
nesse abraço elevado a cada chegada, e beijas-me
[enquanto o comboio avança]
há essa incógnita que nos arranca do peito sorriso
enquanto as árvores se agitam na montanha
e as nuvens brindam o nosso encontro
os rostos beijam-se, e mãos dadas olhamos a distância…

sabes Maria, possuis em ti todas as consoantes, os sinais ortográficos…
em mim apenas as vogais, pontos de exclamações e finais…
ainda sim sei que te faço sorrir, enquanto tento contar enxames de abelhas
ou aqueles bandos de pardais inquietos…

deita-te comigo…
pelo menos hoje enquanto olhamos o céu…
olhemos juntos os amores prefeitos a abriram antes de ontem
e as tulipas… matemos a saudade… que ela morra eternamente…

nós que somos as minúsculas letras de um livro,
que juntos nos fazemos poema, também somos vida em galáxias de amor…

[que a liberdade nunca nos seja roubada,
para podermos juntos olhar o nada!]

Alberto Cuddel
27/02/2021 13:56
In: Entre o escárnio e o bem dizer,
Venha deus e escolha XXXVI

Poética III

Poética III

4º Desafio
palavras obrigatórias:
Memória, manhãs, chaminés, partida, vento, rouxinol, plenitude, cantar, velas, quebradas, noite.

Rasgam-se as vozes sem tempo que ecoam na noite
Memória das manhãs claras, vapor das chaminés
Desenhos formados nos olhos pela mente num acoite
Plenitude da imaginação empurrada pelo vento…

Nessa partida do cais rumo ao norte,
velas quebradas… apenas um casco…
E o silvo da vida morre longe, na saudade…

No parapeito da janela,
[ali no momento em que o sol se ergue]
Como que num chamamento de despertar lembrando a casa
Um rouxinol a cantar… canta… canta…

E a vida corre longe… longe de casa, longe das planícies da savana
Longe dos animais, das bestas e dos bestiais…
E acordo aqui, desterrado, entre o rio e a serra.
Perto do céu, mas longe da minha terra…

Alberto Cuddel
01/03/2021 03:20
In: Entre o escárnio e o bem dizer,
Venha deus e escolha XXXVII

Poética de rua

Poética de rua

…há uma tristeza que me desabita a cada esquina
uma forma esquerda de olhar os que pedem
passos direitos em direcção ao fim, paredes frias
pairam novas de ontem embrulhadas pelo vento

rasga-me o chão essa estranha liberdade que se entranha
esse querer absoluto de ser o que nunca se foi
-e fui dali, diante do espaço sem vida, fugi, dessa estranha corrida
olhei-te nessa urgência de cegar, na incredulidade de ver
estava sem estar, onde nunca fui… a existência é um sonho
um fumo psicadélico de um filme sem fim – pesadelo consumista…

todos corriam atras do tempo que não tinham
vã esperança de ganhar tempo para fazer coisas que não queriam…
e eu? eu olhava o tempo parado, uma nuvem que passa
um carreio de formigas… e um grilo que cantava em plena cidade…
ninguém ouvia, ninguém escutava tudo corria…
e a cidade ali, alheia a tudo, definhava…

(…)
olhei a vitrine, duas mesas vazias…
entrei, pedi um café… e escrevi…
como quem escreve uma carta sem destinatário…
sem propósito e sem fim… e discutimos filosofia
nas palavras que deixaste escritas nas paredes do tempo…
sim tinhas razão… a vida começou quando morreste…

Alberto Cuddel
26/08/2021
14:00
Alma nova, poema esquecido – XXVIII

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