há homens que não esfregam o clitóris das suas mulheres mesmo que o quisessem não o sabem fazer com o mesmo dedo que tantas vezes levam à boca humedecendo para virar impressos no seu emprego…
há homens que não beijam o clitóris das suas mulheres com a mesma língua com que insultam os árbitros com a mesma língua com que sentem a cerveja gelada onde humedeceram o dedo para virar impressos….
há homens que não fazem amor, ou sexo, “aliviam-se” enfiam o pénis na vagina como o carro na garagem e ficam ali, para dentro e para fora, até bem estacionado depois saem, viram-se para o lado, satisfeitos com o trabalho…
Depois há mulheres que mesmo assim teimosamente sonham, com um príncipe em cavalo montado… ou apenas com o vizinho do lado…
Muito obrigado a todos os que ao longo destes anos me seguiram nesta aventura da escrita, depois de milhares de poemas escritos e partilhados aqui no blog e nas mais variadas redes sociais dou por terminada esta aventura… durante estes anos fui surpreendido por muitas mensagens que me foram deixando, por muitas partilhas e por muitas amizades que se foram criando. Agora fica aqui registada essa memória, esses poemas e escritos, para que não se percam.
Um enorme bem haja a cada um de vós… Não é um Adeus pois os poetas não morrem mas sim um até sempre.
De : Ruth Collaço / Ventos Sábios em parceria com João Gomez photography
Tema: Abrigo
(sem) Abrigo
(Des) abrigo-me dessas pedras construídas por uma sociedade hipócrita e egoísta, quem vos convenceu que eu quero viver numa gaiola preso a despesas fixas, com horários fixos a fazer todos os dias coisas que não gosto? E eu é que sou o errado, o que dá mau ambiente à cidade? E as vossas caras fechadas que se cruzam comigo pela manhã, de olhar fixo no chão, sem olhar o céu, sem dizer bom dia, sem apreciar os pássaros e as flores porque em um horário a cumprir, para pagar despesas e impostos que não queriam e não pediram… E o errado sou eu?
Sim eu (sem) abrigo, vivo livre, quantos presidentes me quiseram enjaular, inserir-me no mercado de trabalho, prendam-me em Évora, talvez lá seja mais livre que numa jaula de um prédio qualquer de uma avenida escondida da cidade, pagando o que não quero por uma coisa que não pedi, fazendo o que nunca quis… Eu, eu não quero abrigo, as minhas paredes são as pernas, e o meu texto o céu… Vou onde a vontade me levar…
na parede da esquina a roupa estendida assim saberás tu se te espero ou não…
são sinais senhora… a roupa estendida cuecas fora de casa e calças ao contrário…
vem… contra a parede a costa esta livre… ninguém percebe ninguém viu entra e serve-me deixa-a satisfeita sorridente espreita não é vadia não é da vida aproveita apenas a roupa estendida…
cercou Portugal, que se fechou por dentro fé fechada, santos na praia, e cagar? nada…
açambarcam por medo, e beijam-se… abraçam-se e vão trabalhar, as mãos? as mãos sujas continuam a roubar… ai covid, nem dezanove nem vinte o medo, o medo tolhe, e o perigo? qual perigo apenas os outros apenas os outros eu sou “imune”
não ouvem e não escutam não fazem e desdenham medo que os putos fiquem em casa e as putas em quarentena apontam o dedo, e agora não recebo mas proteger? Isso é que não a protecção é para fracos e se infectar, aborta…
oh Portugal, serias um paraíso sem portugueses… cerca-te de um cerco que não cerca que venha o calor, e a praia tudo cura… não há papel? mas há notícias… e latas de atum em toda a vila…
1590 poemas depois abandono o blog, a todos os que me seguiram o meu muito obrigado! foi bom sentir o vosso apoio e calor humano, foi bom crescer com as vossas criticas! quem sabe um dia, algures no futuro eu regresse.
Nasci na véspera deste nosso Abril
Frágil, franzino, nas mãos da mãe
Contaram-me dos ensaios, motivações
Das convicções, da fome, prisões
Da falta de liberdade, de escolha,
Contaram-me que um punhado de heróis
Por estes ou outros motivos, com cravos na G3
Libertaram este povo de uma vez…
O Abril morreu ontem ai sentado
Não há velho pelo jovem lembrado
Não à memória da fome e sofrimento
Não sabem o que é gritar cá dentro
Palavras presas entre os lábios
E olhar as estrelas, e astrolábios
Com os olhos inundados de palavras choradas
E a barriga cheia de fome…
Em angola morre, mais um homem…
Conquistaram, para quê?
Que valor lhe dão
Os que nunca lutaram por pão,
E todos quantos nasceram com tudo
Até com palavras a mais…
E muitas acções a menos…
Gritam, reclamam, mas fazer, nada…
Alberto Cuddel
25/04/2017
0:11
25 perdido!
Nostálgica liberdade,
Pelo povo desejada,
Militares ensaiada,
Na rua conquistada,
Na voluntariedade de agir,
Esquecida nos pais,
Moribunda nos filhos,
Dos netos desconhecida!
Liberdade esquecida,
Que de consciência não se faz,
“Alguém” que por mim fará,
Aquilo que deixei de fazer….
Sangue novo saído,
Ao estrangeiro impingido,
Perdida a jovialidade,
Desta pobre liberdade!
Alberto Cuddel
A cada Abril
A cada Abril tudo volta a ser recordado
A cada um sem memória, não há forma
Sem que a falta e abstinência seja sentida
De tudo o que tenha por garantida
Encontrares em ti o sentido da liberdade reprimida?
Abril está ai, nas telas, nas ruas, nos cravos, em todo o lado
Mas tu? Não encontras em ti, nada que lhe dê significado
Tudo é garantido, nada é por ti conquistado,
E tu filho da liberdade? Lembra-te antes dela
Nada… tudo era apenas um sonho, de um homem acordado…
Januário Maria
Depois de Abril
Depois de Abril a euforia primaveril
E a vontade de fazer coisas,
De dizer coisas, de manifestar-se pelas coisas,
Na euforia de termos coisas, descansamos
Gozamos alguns meses de Verão,
Ganhamos o gosto por estar estendidos
Olhando o céu, sem pensar nas coisas,
Depois de termos gastado algumas coisas
Chegou-nos o Inverno, imobilizados
Pelo frio e preguiça, de conquistar coisas
Deixamos que as coisas se gastassem
Colocamos as coisas nas mãos dos outros
Dos “eleitos” esses usam as coisas
Sem que nós vigiemos, enrolados
Nas coisas da vida e na preguiça,
A cada dia de sol deste Inverno
Alguns poucos gritam coisas na rua
Mas logo se recolhem à primeira chuva…
E assim queixamo-nos das coisas que perdemos
Das coisas que se gastaram, mas ninguém
Cuida das coisas, das suas próprias coisas
Que são afinal de todos!
Nesses olhos inquisidores com que me fitas de baixo a cima…
Li, sem entusiasmo e sem pasmo, esses olhares que me deitas na prosa, talvez até poemas, mesmo que me aprouvesse dizer umas quantas coisas estúpidas sobre o modo como me olhas as letras, apenas me despes, numa procura infrutífera por um Tiago, quem sabe até um Januário escondido por detrás da camisa, revoltado com as leis debitadas por uma assembleia da Ré-Pública. Talvez procures janelas castanhas, ou verdes de Sol, ou a mera coscuvilhice que te transtornou o cérebro a tal ponto de te parecer provável e plausível que as sombras de ideias que usualmente desenho nos versos e habitam as almas confusas, não sejam apenas isso, “ideias” de um sentir que apenas tu sentes, porque nenhum outro viveu a tua vida.
Talvez procures nas letras de uma Joana um sinal cabal de uma infidelidade do sentir, ou num Sírio que brilha nos confins do universo uma vontade férrea de sexo antes de morrer, talvez procures sinais de uma linguagem codificada que só tu entendes quando te digo que te amo, assim declaradamente ao mundo…
Às vezes em conversas distraídas que me ocorrem em pelo acto de pensar, vem-me à alma outras loucuras e amo de novo como pela primeira vez, não pessoa diferente, mas tu, apenas tu, ainda que procures nas letras outros corpos e outros orgasmos, apenas o poema existe como testemunha cabal de uma realidade sonhada de tão real… Há na complexidade burocrática do meu acto de escrever uma loucura que me atrai, e nessa loucura desenhas teses mirabolantes de uma vida que nunca tive, a minha realidade mora ali, neste corpo terreno, bem dentro do peito, e tu? Tu sabes que existes, e eu também…
Não me venham Com palmadas nas costas Com mesinhas e choradinhos Com palavras e lágrimas de crocodilo Não me venham…
Não me venham Com queixas e ciúmes Com egos feridos e queixumes Não me falem de moral e bons costumes Não me venham…
Não me venham Pedir trabalho Dinheiro emprestado Aumento de salário Com mais impostos Com mais descontos Não me venham…
Não me venham Criticar porque sim Dizer mal porque “nim” Façam acontecer Façam, não fiquem pelo dizer Façam as ideias nascer Ter corpo e asas… Não te queixes da falta de sorte Quando nunca tens jogado…
Não me venham Dizer a mim ninguém me lê Quando tu não lês ninguém Não me venham dizer Que só publicam os conhecidos Mas um dia ninguém os conhecia Procura a tua sorte Faz-te acontecer Aprende que só a cair Vais saber como é correr…
Censura e bloqueia A quem tem outra ideia Nudez não é pecado Pecado é não ter amado…
Enraivecem-me esses padrões enviesados, Em privado tudo é permitido Até o rapto violado, bem combinado A fuga, as “nudes” que escapam por ai Em privado, tanto, tanto sexo… Nas paginas tudo e santo… Um mamilo, ai meu deus que vergonha Um homem por detrás da mulher, Ai que calor nos aparelhos, bloqueio Dois homens nem há problema Não arreliemos minorias, diferentes Nós é que somos intolerantes?
É censura descarada, Pode a coisa estar pintada Toda la bem enfiada Que não é bloqueado Já se for sentido na carne Ó deus que fazem um filho…
É verde, é tinto, Esta tudo grosso Esta tudo Fino…
Nudez sim, Mas nas estatuas… Censuram o meco… Aldeia do Sol… Quem sabe Meca Bela brancura…
Talvez o nome da serpente fosse pudica, Para que Eva se cobrisse e abrisse conta no facebook…
Faz exactamente hoje um ano que iniciei esta aventura… Um blog…
Hoje um ano depois estes são o números: 128956 visualizações, 15321 visitantes, 42854 likes, 6525 comentários e 1214 poemas/textos publicados. A todos os que me apoiam e me dão força para continuar, muito obrigado a todos os que me lêem…
Quantas vezes te revestes de mentira e palavras compridas?
Tu que te intitulas poeta, mentes com todos os dentes Poeta triste de sorriso nos lábios, suicida apaixonado É irascível a dor que tentas camuflar, e nunca a sentes…
É intragável a escrita solta sem rima, chamas-lhe branca Branca é o que injectas nas palavras que rasgas e poluis Cantas amores, sentires e desejos, quem te dá confiança?
Ó poeta de horrores, assassino da língua, maltrapilho do ser Quem te alimenta o ego? Quem de sã mente te dá de beber? Iludi-vos pois com a farsa deste farsante, que não sabe escrever…
Ó triste ilusão a tua que vives, não escreves o que dizes Não vives o quê escreves, iludes, mentes, sem juízes… Renega-te, confessa-te, transforma-te, escreve-te Não confundas quem te lê, sentindo o que nunca vê…
Quantas vezes te revestes de mentira e palavras compridas? Vocábulos copiados, rebuscados enjeitados, plagiados… Poeta abstém-te se ser o que nunca foste…
Não me preocupam as opiniões Se sinto, se não sinto, se rimo Se são tristes, amores ou paixões Se são poemas, quadras ou texto corrido.
Poesia não é o que escrevo, mas o que lês Na forma milagrosa com que te encontras Nas frases, pensamentos, nas palavras!
Não me preocupam os doutores que sentem Ou os inspirados, os com alma, esses escrevem-se E inscrevem-se vezes sem conta em sentires redondos!
Valorizo, os que fingem, os que representam Os que choram a mãe, mesmo que não tenha partido Os que desejem o reencontro do amor, Com ele vivendo e beijando a seu lado, Os que vêm o desbrochar uma flor no deserto, Os que ao olhar uma pedra encontram um castelo, Poesia, é a arte de te fazer encontrar a beleza Pelos olhos de um distante olhar!
Não me preocupam os que criticam.. Apenas os que verdadeiramente sentem Sentados num transporte publico, Enquanto lêem…
há homens que não esfregam o clitóris das suas mulheres mesmo que o quisessem não o sabem fazer com o mesmo dedo que tantas vezes levam à boca humedecendo para virar impressos no seu emprego…
há homens que não beijam o clitóris das suas mulheres com a mesma língua com que insultam os árbitros com a mesma língua com se sentem a cerveja gelada onde humedeceram o dedo para virar impressos….
há homens que não fazem amor, ou sexo, “aliviam-se” enfiam o pénis na vagina como o carro na garagem e ficam ali, para dentro e para fora, até bem estacionado depois saem, viram-se para o lado, satisfeitos com o trabalho…
Depois há mulheres que mesmo assim teimosamente sonham, com um príncipe em cavalo montado… ou apenas com o vizinho do lado…
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