Rasgamos as noites ao meio…
repousam em água fervente
folhas secas sentir alheio
perfume das noites, madrugadas secas
estrelas cadentes em lua rubra…
mesclam-se fumos e perfumes de marés vivas
almiscarados e cloreto de sódio cetim molhado
bebemos em tragos longos, vicio do filho de Júpiter
fermentam as palavras no goto, dedos perfumados…
infundem-me prazeres que rumino
mastigo versos, apuro o desejo
[arte alva desnudada]
o amor é assim, uma infusão de tudo
na eternidade da nossa comum existência…
Entre os corpos molhados pelo prazer
Areia seca e pés descalços
afundam-se as palavras na mente
depois de bem maturadas,
quando tudo dão, na infusão do poema…
e cai a noite, depois do dia
a avida acontece ali, a dois, sem nada pedir
apenas pelo prazer da companhia…
noites de verão… ou simplesmente toda a vida…
a dois… entre a noite e o dia…
Alberto Cuddel
24/07/2021
07:30
Alma nova, poema esquecido – XV
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