Nesses beijos prometidos, que ficaram por dar…

Nesses beijos prometidos, que ficaram por dar…
(Ou a saudade do que poderia ter sido sem ser…)

e foram dois… um quase roubo cometido aos teus lábios…
o calor da tua face, as mãos tremulas do abraço
esse desejo dos corpos à média luz
com os olhos do mundo sob nós…
como te queria, como te quero…

ali…
mesmo ali onde os nossos corpos pela primeira vez se tocaram
em que a nossa pele tremeu com o odor dos nossos corpos
onde o nosso olhar tantas vezes fez amor
desejei-te, desejo-te…

quis abraçar-te eternamente e fugirmos dali…
naquele canto escuro onde bailaram todas as emoções
onde sonhamos fazer amor, bem ali, no sofá
que se lixasse o mundo e as gentes
queríamo-nos, queremo-nos…

hoje afastam-nos as doenças do mundo
e os olhares condenatórios dos homens…
mas amanhã, amanhã não…

Tiago Paixão
16:22 06/01/2021
a fúria da saudade

Sob o peso do sol és-me

Sob o peso do sol és-me

… detestava o sol, estar sob o seu peso… hoje não, agradeço-lhe

sob o peso do sol emana a minha pele o sabor da tua
o teu perfume é-me memória, certeza de vida e prova da existência…

arde-me o peito na vontade de ser, e sou em ti cada passo que dou…
cada lembrança das tardes, das noites, das palavras e desejos
da fome de pele, da sede de beijos e movimentos amplos…
sob o peso do sol chuto as pedras, os problemas esses secam…

sob o peso do sol escores-me dos poros como pedaços de ti mesma
como aura flutuante que me cerca.
que me baste do sol a luz da lua, nessa memoria nua, que me lembra de nós…

sob o peso do sol és-me saudade enquanto ainda somos em nós verdade…

António Alberto Teixeira de Sousa
04/05/2023
In: Poemas de nada que se perdem na calçada

Sob o peso do sol és-me

… detestava o sol, estar sob o seu peso… hoje não, agradeço-lhe

sob o peso do sol emana a minha pele o sabor da tua
o teu perfume é-me memória, certeza de vida e prova da existência…

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Clave do odor que te emana dos dedos…

Clave do odor que te emana dos dedos…

…somos sem nos termos uma guerra solar
esse tempo lunar que nos medeia o abismo do desejo
essa vontade de areia, esse querer de maré, a fome de beijo…

e fomos e viemos, e estamos e somos, e o tempo… ai, o tempo:
sabes: tenho saudades de te despir a alma no beijo
o corpo nos dedos, peça a peça, a cada palavras
a cada gemido consentido…
tenho saudades de ti e de mim, de nós, de mim em ti…

mas na saudade que o tenho e a arte de sermos que nos roubam,
viajamos mundo, e somos mesmo distantes, amantes…

não se trocam os nossos olhares
não te adentrem no teu corpo
mas sem licença, sem contemplações
todas as palavras, todo o desejo…
todo o querer que trocamos…

provoco-te, deliciosamente
provocação de me provocares…
fiel ao desejo oculto no querer…
não vejo, vendo o movimento
das palavras que crescem em ti…

e logo depois há clave do odor que te emana dos dedos…
e todo o prazer que te percorre a alma… como se eu… como se nós…
estivéssemos ali…

Tiago Paixão
21/05/2023

afúriadapaixão

Saudade do depois do amanhã

Saudade do depois do amanhã

arde-me na pontas dos dedos
esse poema não escrito
e o ardor do odor do teu sexo…

e sofro, e sonho, e desejo, e no tesão que me basta
amo, como se o amanhã fosse ontem
como se todos os orgasmos já tivessem sido sentidos
bem antes dos sonhos, bem antes da manipulação dos lábios,
da língua, dos dedos… bem antes de todas as marés e de todos os pores-do-sol, bem antes das chuvas, e de todas as espigas que secam nas eiras…

que a cada metáfora fechemos os olhos
nesse movimento louco das águas
sejamos perpetuação das marés
cadencia, liberdade, eternidade feminina
libertemo-nos da opressão contida pelos trapos
soltemos os corpos ao prazer, sejamos alma…
liberta comigo a libido em laivos de poesia
empresta-me os teus lábios, abraça-me os versos
sejamos poetas do prazer, gemidos loucos
que se firmem as hipérboles e as antíteses
movimentos opostos em prefeito sincronismo…

e quero-te bem antes de te querer, bem antes de te saber
e depois de te amar, porque amo, bem antes de te ter…

cavalga em mim tarde inteira
como numa corrida de longa distância…
em trote firme, mas sem que se perca o folego…
desprende-me, desvenda-me…deixa que te possua… que me possuas
porque a alma essa já é inteiramente tua… plenamente minha…
vem-te… vem-te comigo… em mim… por mim, e no fim… bem no fim…
sejamos princípio e arte de um fim que se anuncia eterno…

Tiago Paixão
17/05/2023

afúriadapaixão

Ainda há fogo dentro

Ainda há fogo dentro

ainda há fogo dentro
desse coração que bate
ainda gelo fora, no pensamento que nos mata
ainda há quereres salgados, nesse beijo sem demora
na memória sem retorno, enquanto vivos estamos…

onde me salvas desta vida, que não sabe ser vadia
onde me és luz nesta noite sem luar
que o desejo se faça fogo nesta escarpa sem retorno
que a monotonia se faça vida num mergulho bem no fundo
que a alma se concentre noutra alma que me agarre
entre esta vida e uma outra morte, não por azar, mas por sorte
uma palavra que me ilumine, enquanto ainda há fogo dentro
enquanto nos procuramos, nesta floresta humana…

ainda há fogo dentro, ainda há fogo dentro
deste coração que bate… entre outros corações que se perdem
nesta floresta humana… devastada pelo imediato…

António Alberto Teixeira de Sousa
08/04//2023
In: Poemas de nada que se perdem na calçada

As teorias de tudo e do nada, e sou feliz…

As teorias de tudo e do nada, e sou feliz…

…nesses passos perdidos de um destino incerto
sorrio-me quando no espelho sou belo, e belo sou olhando o mundo!

essa lamuria longínqua que me clama, (amor)… essa existência concisa
esse triunfo sonolento do orgasmo do acordar, e a vida acontece
entre um espreguiçar e um erguer, um sonho ou o viver…
perdido fico no tempo como um momento em que se não penso
[e se pensasse quem seria eu? lavrador de sonhos!]

há um excedo que acontece, esse revolver das borboletas,
um corpo que ressuscita e desce da cruz, uma alma que acorda…
rolou a porta do sepulcro, tombou, partiu-se…
o mundo abriu-se aos prazeres da carne, e eu vi-me ali,
no reflexo dos teus olhos, entre um abraço e um beijo
entre um caminho largo e um estreito…
e esperas-me no cima das escadas, ajoelhado apresentei-te o olimpo
enquanto me chovia… entres essas tuas teorias de tudo e do nada, e sou feliz… quando no espelho sou belo, e belo sou olhando o mundo! entre um grito e o outro antes de adormecermos em nós…

António Alberto Teixeira de Sousa
23/03/2023
In: Poemas de nada que se perdem na calçada

EL DESPERTAR (2003)
Pintura por Dunam

Na loucura furiosa do sonho…

Na loucura furiosa do sonho…

fossem nas memórias sentidas como reais
esse louco tesão do pensamento entre odores e desejos
todas as imagens loucamente imaginadas
sentida nas palavras partilhadas, no toque dos dedos
quero-te aqui, apenas aqui, sem esperança vã
sem pensar o amanhã ou o depois
quero-te amar, na loucura do sexo
quero foder-te, oferecer-te todo o prazer
esse que sentiste e todo o outro que desejaste…

quero arrancar-te do pensamento
quero o teu cheiro no corpo,
o teu sabor nos meus lábios
o teu gozo na minha boca
quero-te minha, apenas minha
e arrancar do meu corpo
da minha alma, dos meus dedos
esta saudade que doi, que magoa e chama…

quero que o mundo se cure
que a nossa paixão perdure
que o corpo se rejuvenesça
que eu ame e peça
quero-te toda, de alma e vida
quero-te minha
dono e senhor de todos os teus orgasmos…

Tiago Paixão
16:58 06/01/2021
a fúria da saudade

As chaves da saudade

As chaves da saudade

entre promessas e desejos de uma paixão crente
há essa impossibilidade de distância a percorrer
não daqui a aí… mas a distância do sonho à realidade…

há esse movimento circular de rodar, de contornar o corpo
esse querer consciente de beijo, de te desnudar a alma
como viagem persecutória ao combustível do desejo…
será a viagem da vida essa loucura de sonhar o orgasmo?

entre chaves e portas, entre promessas e desejos
sonho-te liquidamente em mim, como a viagem
em que ao plano físico atrelamos os sonhos
desejo e saudade, do que será, depois de ter sido…

entre promessas e desejos, carregamos o sonho…

Tiago Paixão
19:46 19/01/2021
a fúria da saudade

Pedaços de mim!

Pedaços de mim!

Tropecei,
Caindo, escaqueirando-me no chão,
Pedaços, soltos, grandes, pequenos,
Tropecei na ilusão da carne, prazer,
Sentindo sozinho o abandono de mim,
Deixei-me adormecer no embalo,
Das belas e maldosas palavras!

Caminhando,
Caindo, escaqueirando-me no chão,
Pedaços, soltos, grandes, pequenos,
Dos cacos, apenas o sentir,
Permanecia, sustentava,
Cacos, recolhidos um a um,
Por ti, na pura humildade,
Reordenados, remendados,
Nada formava, nada existia!

Parti-me,
Caindo, escaqueirando-me no chão,
Pedaços, soltos, grandes, pequenos,
Pedaços moídos, triturados, feitos pó,
Para de novo moldar, formar, aprender,
Educar, renascer, do pó, da cinza!

Ergui-me,
Caindo, escaqueirando-me no chão,
Pedaços, soltos, grandes, pequenos,
Reaprendi, aprendi a ver, andar,
A caminha lado a lado, a viver,
Não em mim, não por ti,
Mas através de um nós!
A dois sendo um!

Alberto Cuddel
07/07/2015

As chaves da saudade

As chaves da saudade

entre promessas e desejos de uma paixão crente
há essa impossibilidade de distância a percorrer
não daqui a aí… mas a distância do sonho à realidade…

há esse movimento circular de rodar, de contornar o corpo
esse querer consciente de beijo, de te desnudar a alma
como viagem persecutória ao combustível do desejo…
será a viagem da vida essa loucura de sonhar o orgasmo?

entre chaves e portas, entre promessas e desejos
sonho-te liquidamente em mim, como a viagem
em que ao plano físico atrelamos os sonhos
desejo e saudade, do que será, depois de ter sido…

entre promessas e desejos, carregamos o sonho…

Tiago Paixão
19:46 19/01/2021
a fúria da saudade

Rubro Perigo

Rubro Perigo

ensaias em paisagem despida o sonho da Primavera
reveste de desejo a fome dos dias, rubras vestes

somas ao querer o rubro perigo de te degustar
mostra-te doce, quente, libidinosa
nessa vontade de existir pelo prazer de degustar
a alma anceia o que o olhar come
talvez o suave gosto da paixão escorra dos lábios
talvez seja amor, esse anseio venenoso de prazer…

naturalmente somos medo, na adrenalina do querer
mergulhamos de cabeça, esse toque dos lábios
a suavidade dos dedos, o despir arrepiado
a colheita, a prova gastronómica do orgasmo
tudo um rubro perigo
porque os olhos também comem…
e antes agora… que morrer de saudade
do que foi, sem nunca ter sido
pelo menos uma vez…

Tiago Paixão
13:40 22/01/2021
a fúria da saudade

Sê em mim…

Sê em mim…

não me esperes na lassitude do tempo
vem, procura-me, encontra-me em ti
faça-se em mim segundo a tua vontade…

nesta ânsia de me amares, provocas-me
desperta-me o corpo dormente
na volúpia latente, desse corpo quente…
na insanidade louca desse amor
sobes em mim, como serpete
que me enleia nos beijos, nos ósculos
nas mãos, nesse olhar que me devora…

mata-me o tédio dos dias, enlouquece-me
renovadas noites, uma e outra vez…
beija-me, percorre-me o corpo e bebe-me..

afasta de nós a monotonia do ser
incendeia a paixão adormecida do cansaço
faz-te em mim, sê em mim,
mulher, amiga, amante…
roubemos as noites em nosso leito
adormeçamos só no raiar da aurora…
façamos amor, sempre e também agora…
que as noites se façam dias, que os dias sejam notas
e os beijos segredos, e na voz doce…
desejo-te, toda agora…
despe-te de tudo
veste-te apenas de mim…

Tiago Paixão

Sê em mim…

Sê em mim…

não me esperes na lassitude do tempo
vem, procura-me, encontra-me em ti
faça-se em mim segundo a tua vontade…

nesta ânsia de me amares, provocas-me
desperta-me o corpo dormente
na volúpia latente, desse corpo quente…
na insanidade louca desse amor
sobes em mim, como serpete
que me enleia nos beijos, nos ósculos
nas mãos, nesse olhar que me devora…

mata-me o tédio dos dias, enlouquece-me
renovadas noites, uma e outra vez…
beija-me, percorre-me o corpo e bebe-me..

afasta de nós a monotonia do ser
incendeia a paixão adormecida do cansaço
faz-te em mim, sê em mim,
mulher, amiga, amante…
roubemos as noites em nosso leito
adormeçamos só no raiar da aurora…
façamos amor, sempre e também agora…
que as noites se façam dias, que os dias sejam notas
e os beijos segredos, e na voz doce…
desejo-te, toda agora…
despe-te de tudo
veste-te apenas de mim…

Tiago Paixão

Despes-me a alma, na tua nudez

Despes-me a alma, na tua nudez

Despida inquires-me:

  • amas-me, desejas-me além do corpo que te sirvo?

Que nesta vontade do sentir
Existamos aqui, diante dos corpos
Esse tesão da alma que se consagra…
Que sem tempo me ames
Nos beijos, nos loucos joelhos
Que me prendas em ti e por ti
Loucas sejam as mãos e as noites
Vontade que te cresce nos seios
Que seja tu, eu, e nós
Que seja loucura, vontade
Querer, gemer, verdade…
Que seja sentir, definir, possuir
Aqui, ali, não importa
Que seja sem tempo
Sem interrupções
Que venhas, que fiques
Que permaneças em mim
E por fim, bem lá no fim
Que tudo seja prazer
Que tudo seja viver
Que as noites, as nossas noites
Jamais tenham tempo…

Tiago Paixão
24/01/2021
12:45

Já sonhei…

Já sonhei…

já sonhei poder ler tuas palavras e conhecer-te,
olhar a tua imagem de perfil e ver-te,
ser real o que na realidade mostras ser,
seres tu, sem que te tenhas que esconder,
sonhei que a virtualidade,
era imagem da tua realidade,
já sonhei…
mas a cada dia acordo um pouco,
a cada dia, vejo o sonho de cada vida,
a cada dia, uma nova e triste saída,
uma realidade, uma ilusão, um sonho,
um viver iludido, realmente tristonho,
agora que acordei…
ondes estás realidade que sonhei?
porque tens medo de ser tu?
tudo pode ser tao diferente na amizade,
tanto podemos ajudar a realidade,
deixa cair, a tristeza, a inveja,
deixa que o mundo te veja,
como na realidade és,
deixa render-me a teus pés,
deixa cair a máscara da ilusão,
deixa poder segurar-te na mão,
deixa poder mudar, a tristeza,
a desconfiança e incerteza,
que te assola o coração,
que impede a visão,
de sonhar um novo futuro,
onde o sentir é muito mais puro,
se te deixares de esconder…
sé verdade, e volta a viver…

Alberto Cuddel
19/07/2015

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