Poema do dia 30/06/2018
Diante de mim todas as páginas vazias, por uma certeza concreta de que amam os que nunca sentiram, amar é o ateísmo extremo de doação, numa atitude gratuita de sofrimento…
Amo porque sim, sem mais nenhuma razão
Apenas pelo acto masoquista de me dar…
A luz subitamente estilhaçou-se pelo inferior da sala, as palavras arrastaram-se sem sentido, os dois corações desconfiadamente afastam-se… as paredes oprimem os gritos surdos, e Deus? Esse que ninguém chamou e quem ninguém devidamente crê…
Diante dos dedos direitos, as linhas tortas de significados vazios, em poemas simples, rimados…
Se arte existisse escreveria romances, tragedias gregas dos meus dias, e suicídios de Shakespeare, morreria de amor todos os dias… apenas se pode morrer por amor, viver dói de mais…
Alberto Cuddel
30/06/2018
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