Perfeito poema imperfeito

Perfeito poema imperfeito

“amo como quem chora
porque as lágrimas lavam-me a alma
e a alma é tudo o que possuo
não o sexo nada é, que não seja a confirmação do estar vivo
e eu, eu há muito morri…”
Alberto Cuddel

eram parcas as palavras pardas que me vestiam a alma
no sossego do tempo eu desassossegado vivia
entre uma caminhada sombria e um café apinhado
olhava a porta que fechava e abria, ninguém entrava, nem eu saia
preso na concomitância do tempo do já e no depois
entre essa pressa do querer e a verdade do poder
tudo em nós é, tão naturalmente existencial
nessa apneia desejada nas águas quentes que borbulham
somos verdadeiramente nós… almas despidas do mundo…
“amo como quem chora, porque as lágrimas lavam-me a alma
e a alma é tudo o que possuo”
nada há em mim que te oferte, mesmo que eu me doe por inteiro
alma despida à sorte do mundo, enquanto o mundo ignora quem sou…
“não o sexo nada é, que não seja a confirmação do estar vivo
e eu, eu há muito morri…”
morri na entrega plena ressuscitando homem novo, ergo-me ao mundo
palavras sãs, novos desejos… versos rubros e borbulhas azuis…
fiz-me crente da verdade universal, o sangue flui, o coração bombeia…
gemem rimas orgásticas de um prazer animalesco…
a mente acordou, a máquina parou na entrada do inferno
e o céu abriu as portas ao conhecimento intrínseco da alma…
no bailado dos lábios balbuciando mentiras
rejeitamos o que queremos,
dizemos o seu oposto, amamos da boca para fora
e apostamos em gestos de braços caídos
anunciamos ao mundo bondade…
mas sorrimos na alma adulando o umbigo…

senta-te aqui comigo falemos do amanhã
toma um café, afaguemos as palavas…

António Alberto Teixeira de Sousa
16/03/2023
In: Poemas de nada que se perdem na calçada

Na loucura furiosa do sonho…

Na loucura furiosa do sonho…

fossem nas memórias sentidas como reais
esse louco tesão do pensamento entre odores e desejos
todas as imagens loucamente imaginadas
sentida nas palavras partilhadas, no toque dos dedos
quero-te aqui, apenas aqui, sem esperança vã
sem pensar o amanhã ou o depois
quero-te amar, na loucura do sexo
quero foder-te, oferecer-te todo o prazer
esse que sentiste e todo o outro que desejaste…

quero arrancar-te do pensamento
quero o teu cheiro no corpo,
o teu sabor nos meus lábios
o teu gozo na minha boca
quero-te minha, apenas minha
e arrancar do meu corpo
da minha alma, dos meus dedos
esta saudade que doi, que magoa e chama…

quero que o mundo se cure
que a nossa paixão perdure
que o corpo se rejuvenesça
que eu ame e peça
quero-te toda, de alma e vida
quero-te minha
dono e senhor de todos os teus orgasmos…

Tiago Paixão
16:58 06/01/2021
a fúria da saudade

As chaves da saudade

As chaves da saudade

entre promessas e desejos de uma paixão crente
há essa impossibilidade de distância a percorrer
não daqui a aí… mas a distância do sonho à realidade…

há esse movimento circular de rodar, de contornar o corpo
esse querer consciente de beijo, de te desnudar a alma
como viagem persecutória ao combustível do desejo…
será a viagem da vida essa loucura de sonhar o orgasmo?

entre chaves e portas, entre promessas e desejos
sonho-te liquidamente em mim, como a viagem
em que ao plano físico atrelamos os sonhos
desejo e saudade, do que será, depois de ter sido…

entre promessas e desejos, carregamos o sonho…

Tiago Paixão
19:46 19/01/2021
a fúria da saudade

Pedaços de mim!

Pedaços de mim!

Tropecei,
Caindo, escaqueirando-me no chão,
Pedaços, soltos, grandes, pequenos,
Tropecei na ilusão da carne, prazer,
Sentindo sozinho o abandono de mim,
Deixei-me adormecer no embalo,
Das belas e maldosas palavras!

Caminhando,
Caindo, escaqueirando-me no chão,
Pedaços, soltos, grandes, pequenos,
Dos cacos, apenas o sentir,
Permanecia, sustentava,
Cacos, recolhidos um a um,
Por ti, na pura humildade,
Reordenados, remendados,
Nada formava, nada existia!

Parti-me,
Caindo, escaqueirando-me no chão,
Pedaços, soltos, grandes, pequenos,
Pedaços moídos, triturados, feitos pó,
Para de novo moldar, formar, aprender,
Educar, renascer, do pó, da cinza!

Ergui-me,
Caindo, escaqueirando-me no chão,
Pedaços, soltos, grandes, pequenos,
Reaprendi, aprendi a ver, andar,
A caminha lado a lado, a viver,
Não em mim, não por ti,
Mas através de um nós!
A dois sendo um!

Alberto Cuddel
07/07/2015

As chaves da saudade

As chaves da saudade

entre promessas e desejos de uma paixão crente
há essa impossibilidade de distância a percorrer
não daqui a aí… mas a distância do sonho à realidade…

há esse movimento circular de rodar, de contornar o corpo
esse querer consciente de beijo, de te desnudar a alma
como viagem persecutória ao combustível do desejo…
será a viagem da vida essa loucura de sonhar o orgasmo?

entre chaves e portas, entre promessas e desejos
sonho-te liquidamente em mim, como a viagem
em que ao plano físico atrelamos os sonhos
desejo e saudade, do que será, depois de ter sido…

entre promessas e desejos, carregamos o sonho…

Tiago Paixão
19:46 19/01/2021
a fúria da saudade

Rubro Perigo

Rubro Perigo

ensaias em paisagem despida o sonho da Primavera
reveste de desejo a fome dos dias, rubras vestes

somas ao querer o rubro perigo de te degustar
mostra-te doce, quente, libidinosa
nessa vontade de existir pelo prazer de degustar
a alma anceia o que o olhar come
talvez o suave gosto da paixão escorra dos lábios
talvez seja amor, esse anseio venenoso de prazer…

naturalmente somos medo, na adrenalina do querer
mergulhamos de cabeça, esse toque dos lábios
a suavidade dos dedos, o despir arrepiado
a colheita, a prova gastronómica do orgasmo
tudo um rubro perigo
porque os olhos também comem…
e antes agora… que morrer de saudade
do que foi, sem nunca ter sido
pelo menos uma vez…

Tiago Paixão
13:40 22/01/2021
a fúria da saudade

Sê em mim…

Sê em mim…

não me esperes na lassitude do tempo
vem, procura-me, encontra-me em ti
faça-se em mim segundo a tua vontade…

nesta ânsia de me amares, provocas-me
desperta-me o corpo dormente
na volúpia latente, desse corpo quente…
na insanidade louca desse amor
sobes em mim, como serpete
que me enleia nos beijos, nos ósculos
nas mãos, nesse olhar que me devora…

mata-me o tédio dos dias, enlouquece-me
renovadas noites, uma e outra vez…
beija-me, percorre-me o corpo e bebe-me..

afasta de nós a monotonia do ser
incendeia a paixão adormecida do cansaço
faz-te em mim, sê em mim,
mulher, amiga, amante…
roubemos as noites em nosso leito
adormeçamos só no raiar da aurora…
façamos amor, sempre e também agora…
que as noites se façam dias, que os dias sejam notas
e os beijos segredos, e na voz doce…
desejo-te, toda agora…
despe-te de tudo
veste-te apenas de mim…

Tiago Paixão

Sonho perigoso de um futuro que pode acabar…

Leva-me para casa, abraça-me esta noite

Leva-me para casa, abraça-me esta noite
não me deixe só, com os meus silêncios…

arranca-me da estrada, faz-me acreditar
dá-me a tua mão, relembra-me de amar…
beija-me no olhar, para que te possa ver
para me lembrar, que não vale ainda morrer…

leva-me para casa, abraça-me esta noite
não me deixe só, com os meus silêncios…

ilumina-me os sonhos, tristes e enfadonhos
arranca-me as palavras, que me mordem o peito
levanta-te comigo, leva-me contigo
mostra-me outra vida, sem ser triste e ferida…

leva-me para casa, abraça-me esta noite
não me deixe só, com os meus silêncios…

leva-me para casa, abraça-me esta noite
deita-te comigo, sonhemos o amanhã
antes que seja tarde… leva-me para casa…

António Alberto Teixeira Sousa
In: Sonho perigoso de um futuro que pode acabar…
20:54 07/08/2022

Sê em mim…

Sê em mim…

não me esperes na lassitude do tempo
vem, procura-me, encontra-me em ti
faça-se em mim segundo a tua vontade…

nesta ânsia de me amares, provocas-me
desperta-me o corpo dormente
na volúpia latente, desse corpo quente…
na insanidade louca desse amor
sobes em mim, como serpete
que me enleia nos beijos, nos ósculos
nas mãos, nesse olhar que me devora…

mata-me o tédio dos dias, enlouquece-me
renovadas noites, uma e outra vez…
beija-me, percorre-me o corpo e bebe-me..

afasta de nós a monotonia do ser
incendeia a paixão adormecida do cansaço
faz-te em mim, sê em mim,
mulher, amiga, amante…
roubemos as noites em nosso leito
adormeçamos só no raiar da aurora…
façamos amor, sempre e também agora…
que as noites se façam dias, que os dias sejam notas
e os beijos segredos, e na voz doce…
desejo-te, toda agora…
despe-te de tudo
veste-te apenas de mim…

Tiago Paixão

Despes-me a alma, na tua nudez

Despes-me a alma, na tua nudez

Despida inquires-me:

  • amas-me, desejas-me além do corpo que te sirvo?

Que nesta vontade do sentir
Existamos aqui, diante dos corpos
Esse tesão da alma que se consagra…
Que sem tempo me ames
Nos beijos, nos loucos joelhos
Que me prendas em ti e por ti
Loucas sejam as mãos e as noites
Vontade que te cresce nos seios
Que seja tu, eu, e nós
Que seja loucura, vontade
Querer, gemer, verdade…
Que seja sentir, definir, possuir
Aqui, ali, não importa
Que seja sem tempo
Sem interrupções
Que venhas, que fiques
Que permaneças em mim
E por fim, bem lá no fim
Que tudo seja prazer
Que tudo seja viver
Que as noites, as nossas noites
Jamais tenham tempo…

Tiago Paixão
24/01/2021
12:45

Já sonhei…

Já sonhei…

já sonhei poder ler tuas palavras e conhecer-te,
olhar a tua imagem de perfil e ver-te,
ser real o que na realidade mostras ser,
seres tu, sem que te tenhas que esconder,
sonhei que a virtualidade,
era imagem da tua realidade,
já sonhei…
mas a cada dia acordo um pouco,
a cada dia, vejo o sonho de cada vida,
a cada dia, uma nova e triste saída,
uma realidade, uma ilusão, um sonho,
um viver iludido, realmente tristonho,
agora que acordei…
ondes estás realidade que sonhei?
porque tens medo de ser tu?
tudo pode ser tao diferente na amizade,
tanto podemos ajudar a realidade,
deixa cair, a tristeza, a inveja,
deixa que o mundo te veja,
como na realidade és,
deixa render-me a teus pés,
deixa cair a máscara da ilusão,
deixa poder segurar-te na mão,
deixa poder mudar, a tristeza,
a desconfiança e incerteza,
que te assola o coração,
que impede a visão,
de sonhar um novo futuro,
onde o sentir é muito mais puro,
se te deixares de esconder…
sé verdade, e volta a viver…

Alberto Cuddel
19/07/2015

Ser mãe onde se desconfia

Ser mãe onde se desconfia


Ser mãe onde se desconfia
Ser mãe é de mulher assumir a fibra
ser mãe é doação a todo o amor alheio
dar vida a partir de todo o seu seio,
saber sorrir se por dentro a dor vibra.
saber doar-se, do perigo seu filho livra
sorrir ao mundo por todo seu anseio,
largar no tempo ao assumir o receio,
pesar entre a pressão assim o equilibra!
No todo amor dedicado a um filho,
reflexo de si no espelho afortunada,
luz ardente ao olhar e doce brilho!
Ser mãe e o choro entre um sorriso!
ter preocupações amor, e não ter nada!
Ser mãe é um doce inferno no paraíso!
Ser mãe depois do Douro, São Tomé
Terras da família de Dom Nuno
Entre a Aboboreira e o Marão
Cá manda os que cá estão…
Ser mãe por terras da Vila onde há conde
Ali junto ao plano que nos traz as asas
Voam os sonhos das letras, primeiras
Terceiras e segundas, aí Régio, culpado
De poeta e já cedo se ter tornado…
Por terras da Maia abandonado
Lá chegou já bem acompanhado
De anilha no dedo e já casado
Recambiado para as terras do toureio
Para Vila Franca veio por dinheiro
Pelo trabalho que o eleva, comboios
Se fez grande, poeta, vigor de pinheiro
Papel onde realizou todos os sonhos…


Alberto Cuddel
Desafio mãe e terra mãe…

Alberto Cuddel
Enviado por Alberto Cuddel em 26/02/2021
Código do texto: T7193272

Poetica I

Poética I


Tenho em mim essa arte negra
De somar palavras aos versos
Reinventado coisas já feitas
Tenho o desplante de escrever
Neste despir do corpo cadavérico…
Chamo-me poeta, os outros não
Não, não, não me chamam
Apenas me lêem no silêncio
Como se me quisessem vestir a alma
De mil sois e galáxias, queriam que fosse
Meramente o que não sou, pó…
Caminho nos pensamentos errantes
Por entre lagos e lagoas de podridão
Nesses cemitérios cobertos de amor
Ilusão de amantes eternos sendo nada
Espinhos de rosa-sangue ao peito
Máquinas loucas violam a Mater terra
Rabisco palavras falsas de uma dor que sinto
Pelos seios que me alimentam, Maria…
Onde sou e existo além do pó do papel?
Não sei mais quem sou?
De onde vim para onde vou
Poeta sadino escandaloso rimar…
Somos poetas? Por sentir diferente
o que é igual? Escrever igual o que é diferente
E o sexo? Esse orgasmo obtuso da lua nova?
Morrem-me as palavras nas vestes negras
Nesse baptismo descrente da algibeira
E tu Saulo? Porque te invocam?
Que mal te fizeram os Coríntios?
Haverá justos em Sodoma?
Rasguem-se os céus de fogo eterno
Enterrem-me, velem-me
Nessa lápide mármore
Na porta de um hospício.
Abandonem-me junto às estantes
Deixem-me ser apenas vogal
Apenas ponto final…
Mas eu sou… Sou apenas poema
Meramente poeta
Falso é certo, mas verdadeiro
na mentira que professo
Sou a dor fingida
Da dor que foi sentida…

Alberto Cuddel
25/02/2021 23:35
In: Entre o escárnio e o bem dizer,
Venha deus e escolha XXXIV
Enviado por Alberto Cuddel em 27/02/2021
Código do texto: T7194268

Reedificação – A reconstrução do eu

Reedificação – A reconstrução do eu

Quando a determinado ponto da nossa vida encetamos o projecto de reconstruir uma casa em ruínas, o primeiro passo a dar e libertar a construção de todas as portas e janelas, abrir o seu interior à luz. Depois retirar do seu interior todos os escombros, todo o lixo acumulado, limpar as paredes, o chão, retirar o telhado, verificar a firmeza e solidez das paredes. Se por acaso lhe quisermos acrescentar um piso, ou mesmo apenas aumentar a altura, ou colocar apenas uma placa de betão, devemos também fortalecer as fundações, refirmar e fortalecer as paredes. Só depois de tudo isto iniciamos com segurança a reedificação, o restauro e tronamos aquelas ruinas num lar…

O mesmo acontece nas relações humanas, não devemos reconstruir, reedificar, restaurar, ou mesmo mudar uma relação, sem antes limparmos, removermos o lixo anterior, não devemos iniciar uma nova relação, sem abrir o interior à luz, sem fortalecermos as fundações, sem confirmar que não há falhas nas paredes, se a nossa estrutura está apta a receber um “novo piso”, caso contrario mais dias menos dia tudo irá voltar a ruir, deque vale uma pequena limpeza às paredes exteriores, um remendar e uma repintura? Se o que importa verdadeiramente é o seu interior, pois é lá que passarão a maior parte do tempo.

Lembram-se daquela frase “ o que importa é a beleza interior!”, porque será que ela tem tanto valor? No final da sua vida, não importa o quão as paredes estão gastas, com o desgaste da tinta, com as ervas do jardim, com a piscina onde tantas vezes foi feliz, no final da sua vida o que importa é o conforto do seu interior, a sua comodidade, a sua facilidade de movimentação, no final da sua vida o que importa é uma boa conversa, as recordações, as memórias, o poder calmante ver um filme lado a lado…

Reconstrua-se para o resto da sua vida, e não apenas porque não tem onde morar, não apenas porque esta sozinho, não apenas porque quer “esquecer” o lar anterior, reconstrua-se a si primeiro, tire tudo o que o impede de ter paz, de oferecer paz, tudo o que o impede de iniciar um novo projecto com segurança, ofereça segurança e não um “vamos der se dá”…

“Eu só posso oferecer o que sou, nada mais do que o que sou, se sou ruinas, oferecerei ruinas, se pelo contrário me reedifiquei, se restaurei as minhas paredes, oferece-me totalmente apto a ser novo, apto a receber no interior e a partilhar!”

António Alberto Teixeira de Sousa
01/11/2022

Já sonhei…

Já sonhei…

Já sonhei poder ler tuas palavras e conhecer-te,
Olhar a tua imagem de perfil e ver-te,
Ser real o que na realidade mostras ser,
Seres tu, sem que te tenhas que esconder,
Sonhei que a virtualidade,
Era imagem da tua realidade,
Já sonhei…
Mas a cada dia acordo um pouco,
A cada dia, vejo o sonho de cada vida,
A cada dia, uma nova e triste saída,
Uma realidade, uma ilusão, um sonho,
Um viver iludido, realmente tristonho,
Agora que acordei…
Ondes estás realidade que sonhei?
Porque tens medo de ser tu?
Tudo pode ser tao diferente na amizade,
Tanto podemos ajudar a realidade,
Deixa cair, a tristeza, a inveja,
Deixa que o mundo te veja,
Como na realidade és,
Deixa render-me a teus pés,
Deixa cair a mascara da ilusão,
Deixa poder segurar-te na mão,
Deixa poder mudar, a tristeza,
A desconfiança e incerteza,
Que te assola o coração,
Que impede a visão,
De sonhar um novo futuro,
Onde o sentir é muito mais puro,
Se te deixares de esconder…
Sé verdade, e volta a viver…

Alberto Cuddel
19/07/2015

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