Nessa fome-doença com que nos brindas de pancada
Nesses morangos com chantilly que a puta te ofereceu
A mim, pancada no lombo, nesta mulher que sofreu
Uma pouca hortaliça roubada por caridade
A fome na barriga, água quente sem vaidade
O dinheiro vai-se em putas e vinho, cabrão
O teu filho chora com fome e sofreguidão…
Já não me doem as pancadas que ofertas
Apenas a vida e as bofetadas que me espetas
Pudesse eu partir… fugir sem destino
Mas não tenho amigos ou um tecto limpinho
Sem trabalho e doente, quem me ajuda pobrezinha
Se às vezes por pena peço ajuda à vizinha
Alimento a criança com uma sopa quentinha…
Irei fugir, gritar, espernear, denunciar
Mas o que mais me dói, é ela saber
E o dinheiro te continuar a chupar
À mulher triste mulher, isso não é viver
Apenas a vida dos outros foder…
E a minha fazer sofrer…
Cabrão, triste cabrão, que te morra o tesão
Que te caiam no lombo, todas as que mim
Ameaçaste dar-me caída no chão…
poeticamortem
@Suicídio poético
01/03/2021
01:00
A violência não é apenas física, a dor não é apenas física, a violência não é apenas máscula, não é apenas hétero… a violência nasce dos distúrbios de personalidade, na insegurança do amor próprio, da falta de reconhecimento da liberdade do outro… saibamos a cada momento reconhecer, combater, denunciar e condenar todo o tipo de violência contra a pessoa humana!
Comentários Recentes