Conflito profundo da água rosa
largos rios de corpo sossegado
dormiam sobre a tarde, imensamente,
— e eram sonhos sem fim, de cada lado.
pastavam longos cabazes verdes
prados malhados de vento e cavalos
nuvens cor de leite e sonhos encarnados
escancarados peitos e pernas longas…
mártir sem direito de agonia
suspiros de amor e ovos podres
corre ausente minha alma esguia
secos vão castanhos os alfobres…
escorrem vestígios de liquido fino
sob as campas rasas esquecidas
nos muros musgo seco e fumo
pasta o gado livremente…
alheio à amargura e desilusão dos homens…
Alberto Cuddel
28/05/2020
17:00
In: Nova poesia de um poeta velho
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