Dividimos o que somamos
há neste banco de pedra erguido
um peso de esperança e saudade
enquanto se sozinho o tempo e o rio
esse partir cristalino de humildade
gaivota que voa baixinho, rasgo de prata…
neste sonho memória do que seria
há a divisão entre a razão e a paixão
essa palavra dividida entre a poesia e o prazer
vontade e crer, erguer e partir,
lágrima que te banha o sorriso…
rasgam-se os céus ao cerrar o olhar
nos laranjas o teu perfume, a vontade de ficar
somamos o tempo, subtraímos as noites
dividimos o desejo, e esperamos
apenas mais um, mais um beijo…
e partimos dali, para uma vida diferente
dividimos o que somamos
subtraímos a dor, e amanhã…
amanhã voltamos… eu e o sonho de ti
enquanto a memória não me atraiçoa…
onde nos perdemos?
Alberto Cuddel
25/07/2021
20:10
Alma nova, poema esquecido – XVI
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