Desse sonho que se faz noite
O que na memória trago, trago-o visualmente,
se susceptível é de assim ser trazido.
mesmo no querer evocar em mim
uma qualquer voz,
um perfume qualquer,
uma qualquer memória de um corpo nu…
é visualmente que o faço, porque sou,
tenho consciência de mim mesmo
no espaço e tempo em que existo
em que exististe…
não meço os sonhos pela probabilidade de serem
mas pelo prazer de os sonhar
pelo prazer de os fazer dia e noite
de serem carne cansada e fatigada no leito
os sonhos são a confirmação total
que a realidade da imaginação
executa a verdade da noite fazendo-se vida…
e desse sonho que se faz noite,
nasce o poeta criado no pesadelo de viver…
Alberto Cuddel
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