Revolta-me
Revolta-me todo esse pudor em volta do sexo, dos sentimentos, das falácias da sedução… Não é a sedução um chorrilho de mentiras apenas para dar tesão?
Revolta-me esse desejo envergonhado tantas vezes camuflando no feminino, tantas vezes julgado por uma sociedade matriarcal que apenas deseja prazer entre as pernas e tem vergonha de o ter?
Revolta-me o julgamento das mulheres para com as mulheres que têm a liberdade de sentir, de desejar, de pedir, de implorar, de querer ser e existir como mulher plena, na vida, no trabalho, na família, no prazer…
Revolta-me que não f0dam como que o mundo acabasse no orgasmo… E vivem apenas no marasmo de não se sentirem amadas, realizadas, plenas e concretizadas…
Revolta-me a educação que as mães dão as filhas, aos filhos, que não os eduquem como iguais, na responsabilidade da ação, dos gestos, dos sentimentos, dos desejos, que as condenem quando descobrem o corpo, que não lhe passem conhecimento…
Revolta-me a mentira da escolha… Não é o homem que “pega”, não é o homem que escolhe, é a fêmea que aceita o macho… Não é o homem que convida, é a mulher que se faz convidada… Não é o homem que excita é a mulher que se permite ser estimulada…
Revolta-me este pudor mesquinho da nudez, se todo o ser humano nasce nu… E nasce de uma f0da…
Revolta-me as relações de posse os ciúmes doentios… O és minha ou meu… Isso não tem lógica de ser mantido… Não falo em promiscuidade, mas na responsabilidade de escolha, do querer, na vontade de ser…
Revolta-me… Sinto-me revoltado ao saber, que nada mudou, e muito pouco posso fazer…
Tiago Paixão
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