Poema do dia 22/02/2018
Procurei a inspiração onde não morava, onde nunca morou, sentado em cadeiras de madeira oca sem espirito, nem as saias travadas ou um jogo de palavras sem bola, nada me inspirou, nada me inspirava. Nos ecos absolutos da distância de um amanhã, tenho tempo, na esperança que deposito entre uma rima e outra.
Torpor do corpo, um sono que me assalta, entre um sonho, um acordar de sobre salto, inquieto-me onde outros se aquietam, não há amor neste momento inquieto, apenas desejo e cobardia, um querer que nada é, uma vontade que foi, um corpo que partiu. Nada, absolutamente nada pode aqui ser amor, a poesia é todo o amor que possuo, nada mais, o pouco que carrego no bolso, já mais será prazer…
Inquieto-me que numa qualquer cadeira de madeira oca e sem alma, não escreva poesia da alma, fingida de tão real. Quem me dera lembrar o motivo, de quem sou, e como vou, na primeira palavra que escrevi imediatamente antes da segunda nasceu poema, viveu poesia. Escorre o líquido na garganta seca, lubrifica-se o fado, malandro, malvado, no corpo esguio, nos dedos treinados, em trinados e sustenidos. O amor mora ali, bem ali, na porta ao lado, sem que sofra do malfadado, o amor é… acontece na virtude com que se apetece, que existas apenas em mim… bem longe do mundo e do alvo açúcar, que me amacia o café…
Na cadeira de madeira oca, enchi-me de ti e de ontem…
Alberto Cuddel
22/02/2018
04:35
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