Já me perdi…

Já me perdi…

Já me perdi em desvaneios poéticos,
Num ou noutro universo,
Na estrutura rígida de um verso,
No luar de uma lagoa,
No sol quente na areia,
No mar batendo na proa,
No calor de um a lareira!…

Já me perdi…
Nas cores dançantes de um jardim,
Na firme vontade de calar um sim,
Nas trovas ridículas de escrever o amor,
No desenho colorido e vagaroso do sol por,
Na saudade sentida em noite escura,
Na dor absurda da ausência pura,
No teu corpo desejo provocado,
Despido de tudo num beijo molhado!…

Já me perdi…
Escrevendo coisas sem nexo,
Poema delirante e complexo,
Já me perdi…
Para me encontrar,
E sem delirar, saber porquê escrevo,
Que do nada assim me ergo,
Podendo aos ventos gritar,
Que apenas escrevo por amar!…

Alberto Cuddel
22/07/2015

Desenho de uma relação!..

Desenho de uma relação!..

fino traço desenhado no sentir,
abraço, união, sintonia,
sombreado das palavras de cada dia,
saudosa partida, ansiedade da chegada,
sonhos entrelaçados, decididos, realizados,
colorida a cada dia, nas acções, nos actos,
rabiscos, erros perdoados, apagados,
dialogados, reescritos, decididos,
redesenhados no traço, na forma,
forma que completa, que se une, entrelaça,
redefine a cada dia, bailado de sombras,
a cada dia apena o risco, de se redesenhar,
de ganhar forma, de decidir de novo,
as cores, paleta das atitudes e gestos,
com que se reveste o desenhar da relação!
a cada dia escolho, escolhemos
pintar de novo a nossa vida!

Alberto Cuddel
30/07/2015

Sustendo o ar em mim!

Sustendo o ar em mim!

Sustenho no meu peito,
O ar aprisionado de um suspiro
De um surdo gemido
Que teimo em calar,
Sopro quente de tua voz,
Desejo que me queima
Arde sangue no meu corpo
No querer da tua posse
Segura firme o meu sentir
Pressiona-me contra ti,
Luta desigual,
Cega as tuas loucas investidas,
Sussurra-me palavras,
Sopros despropositados,
Insulta-me o querer,
Deixa-me gemer,
No grito alucinante
De me entregar
Na plenitude
De ter tem em mim,
Num louco e estremecido
Orgasmo,
Que me incendeia o olhar!

Alberto Cuddel
06/08/2015

Revoluções

Revoluções

“Transponho montanhas já derrubadas
E dunas rasas pelos ventos do tempo
Escorridos sentimentos nos cardos
Erva que chora pisada pelos pés descalços
Prantos de mães coragem, filhos do ontem
Revoluções essencialmente inúteis”

Tudo muda na permanecia das nuvens baixas
O tempo que vaga e um sopro de nada
Um crepitar de madeira e o fumo das armas
Um coração arrancado do peito, um corpo inerte
Uma arte esquecida, um querer permanente
Tudo muda continuando igual, o tempo passa
Mas a gente, a gente não… e as palavras fazem questão
Revolve-me os fígados a liberdade… qual liberdade
Se eu, eu me entrego à prisão… essa que me morre na alma
Residente de um corpo que definha…

E depois tu… essa sede de mudança…
Mas a mudança não existe…
Porque não mudas a pauta
Apenas desejas… mudar a decoração do palco
Não a pauta, a orquestra ou o maestro…
Revolução? Qual revolução?

“Transponho montanhas já derrubadas
E dunas rasas pelos ventos do tempo
Escorridos sentimentos nos cardos
Erva que chora pisada pelos pés descalços
Prantos de mães coragem, filhos do ontem
Revoluções essencialmente inúteis”

Alberto Cuddel

albertocuddel #poesia #poema #prosapoetica #poética #revolução

Desenlace!

Desenlace!

A noite, cujo desfecho de aproxima
Num desenlace, surpreendente,
Dei novas palavras, a Álvaro,
Um quase poema a Miguel,
Ridicularizei-me perante Alberto
Com o Ricardo, ouvi o rio correndo
E eu? Onde estou eu, se em mim
Não transporto os sonhos do mundo
Vivendo apenas num mundo de sonho!

Sonhando o sexo, à o sexo,
Absorvente desenho
De palavras em êxtase,
Recolhendo palavras
Revestindo, camuflando
Com um amor o desejo,
Ou num engano persecutório
Me iludo, ocultado,
Que desejo por amar,
Que o sexo não é o fim
Nem o inico, tão pouco o meio
Mas a consequência natural
De tornar carnal
O que agora sinto
Diferente do ontem
Bem mais
Aconchegantemente maduro!

À parte isso,
Persigo nas palavras
Revolta velada,
De me manter acordado
Não pela falta inusitada de sono
Mas por minha mente sem dono
Viajante dilacerada de sonhos
Vontades disformes
Não poder adormecer
Não é um querer
Uma vontade
Mas um dever!

Revolvem-se em mim as entranhas,
No tempo que falta,
Para que a cabeça me caia
Num sono profundo!

Alberto Cuddel
05/08/2015

Amor, é este o soneto…

Soneto de amor

Não me peças palavras, nem baladas,
Nem expressões, nem alma… Abre-me o seio,
Deixa cair as pálpebras pesadas,
E entre os seios me apertes sem receio.

Na tua boca sob a minha, ao meio,
Nossas línguas se busquem, desvairadas…
E que meus flancos nus vibrem no enleio
Das tuas pernas ágeis e delgadas.

E em duas bocas uma língua…, – unidos,
Nós trocaremos beijos e gemidos,
Sentindo o nosso sangue misturar-se.

Depois… – abre os teus olhos, minha amada!
Enterra-os bem nos meus, não digas nada…
Deixa a vida exprimir-se sem disfarce!

José Régio

Amor, é este o soneto…

Não me queiras, apenas por palavras,
Expressões sem alma, recebe-me em teu seio
O olhar se feche, onde o sonho lavra
Recebe-me por inteiro e sem receio.

Nos teus lábios, meus, se encontrem
Línguas, que gladiam sabores frutados
Que teu corpo vibre enquanto estiverem
Nossos membros nos dois entrelaçados.

Duas bocas uma língua, -Gemido
Nos beijos, olhar comprometido
Sangue, suor, sabor, odor, unidos.

Depois, olhar que me penetra, amada!
Funde-os aos meus, apenas calada,
Deixa a vida, ser, um tudo, no nada!

Alberto Cuddel
Poema de tributo a José Régio
08/08/2015

Um quase amor, distante…

Um quase amor, distante…

Vil e triste, amargurado, saudoso fado,
Sentir, perdido, virtualmente ausente,
Querer, desesperado não ser abraçado,
Amada, sedução enganadora gente!

Sedução diária deixas sem medos
No desespero do sabor de teu corpo,
Cheiro do teu íntimo em meus dedos,
Visão perfeita, musa de meu sopro!

Desafiantes imagens, querer absoluto,
Sedução envolvente que contigo luto,
Escondidos amantes entre toda gente!

Amada minha onde te encontras,
No sono do sonho onde te mostras,
Na dor da saudade, corpo que sente!

Alberto Cuddel
08/08/2015

Leva-me para casa, abraça-me esta noite

Leva-me para casa, abraça-me esta noite
não me deixe só, com os meus silêncios…


arranca-me da estrada, faz-me acreditar
dá-me a tua mão, relembra-me de amar…
beija-me no olhar, para que te possa ver
para me lembrar, que não vale ainda morrer…


leva-me para casa, abraça-me esta noite
não me deixe só, com os meus silêncios…


ilumina-me os sonhos, tristes e enfadonhos
arranca-me as palavras, que me mordem o peito
levanta-te comigo, leva-me contigo
mostra-me outra vida, sem ser triste e ferida…


leva-me para casa, abraça-me esta noite
não me deixe só, com os meus silêncios…


leva-me para casa, abraça-me esta noite
deita-te comigo, sonhemos o amanhã
antes que seja tarde… leva-me para casa…


António Alberto Teixeira Sousa
In: Sonho perigoso de um futuro que pode acabar…
20:54 07/08/2022


https://youtu.be/LJTryxPS9DY

Às vezes em conversa comigo mesmo…

Por: Alberto Cuddelhttps://albertocuddel.wordpress.com/sobre/ Quantas vezes eu mesmo, que rio de tais seduções da distracção, encontro-me supondo que seria bom ser uma celebridade, que seria agradável ser paparicado, que seria colorido ser magistral mas não consigo visionar-me nesses papéis de píncaro senão com uma gargalhada do outro que eu imagino sempre próximo… assim sou eu… que me aplaudo […]

Às vezes em conversa comigo mesmo…

Não sonho possuir-te. Para quê?

Eu não sonho possuir-te. Para quê?

“E já que queremos ser estéreis, sejamos também castos, porque nada pode haver de mais ignóbil e baixo do que, renegando da Natureza o que nela é fecundado, guardar vilãmente dela o que nos praz no que renegámos. Não há nobrezas aos bocados.
Sejamos castos como eremitas, puros como corpos sonhados, resignados a ser tudo isto, como freirinhas doidas…”
Bernardo Soares

Que o nosso amor seja uma prece, genuflectidos diante um do outro por entre gemidos e bocas cheias de fecundo saber. Que todos os nossos momentos sejam rosários cadenciados no estudo da décima, que a Salve-Rainha advenha dos teus lábios, que Avé maria te leve á loucura, que o Pai-nosso venha apenas no fim, antes da nossa glória… sejamos castos um no outro, sejamos estéreis os dois.

Tudo findará, mas nos iremos prevalecer à fé dos homens, homem e mulher, e fecundaremos de novo a terra, inventando novos deuses, novas fés, sendo deuses, de pedra e de pé…

Escrever é lembrar-me das coisas, de ti e de mim, possuo-te aqui na memória em que nos escrevo, creio tantas vezes que caminhamos num abismo vazio de vida, porque tudo apenas parece, chegamos mesmo a dar saltos temporais entre um momento de lucidez e outro, no pleno tempo que, entretanto, passa, somos marionetas programadas por uma vida civil e uma sociedade militarizada pelas regras e leis… esquecemos de orar, de meditarmos um no outro em posições impossíveis de Yoga… sejamos francos, sinceros, às vezes queremo-nos, outras esquecemo-nos…

Sabes já ontem escrevia versos, e achava-os bons de verdade, mas hoje sei que não, são apenas versos como tantos outros versos escritos por outros tantos que escrevem versos bons. Lembrei-me disto como de outra coisa qualquer de um livro qualquer que poderia estar a ler como “Depois do Fim”. Tenho que te pedir perdão, não é fácil, mas há verdades e segredos que devem ser ditos, antes que me consumam por dentro e me corroam as entranhas. – Ontem trai-te…
(silencio)

Sei que não é fácil ler, acredita muito mais custoso é para mim escrever-te, mas é a verdade, ontem sonhei que te fodia, e tu não estavas ali comigo, estavas a trabalhar como de costume, mas cometi em sonho o terrível pecado da fornicação com mulher casada, sem que estivesses comigo… não sei se me poderás perdoar ou até se cresce em ti o desejo de vingança e, o cometas também, comigo sem que esteja contigo…

Este tempo intermitente mata-me… e eu adormeço, como um morto-vivo… ando por aí… até que te possua em mim…

António Alberto Teixeira Sousa
In: Sonho perigoso de um futuro que pode acabar…
04/08/2022

Deste vicio que me arrebata para a loucura…

Deste vicio que me arrebata para a loucura…

Escrever é em mim um vicio, para uns um vicio bom, para outros um comportamento psicótico e castrador da minha liberdade, escrever implica também doar-me, nas palavras e no tempo dedicado à leitura, escrever compulsivamente implica também comportamento análogo na leitura, nunca lendo apenas um livro ou um género de cada vez, chego a dar por mim a ler três ou quatro livros em simultâneo. Sei que faz confusão a muita gente a quantidade de páginas e géneros que escrevo, e se vos faz confusão a vós imaginem a mim.

                Podia falar-vos de cada personagem, de cada heterónimo, quem são, de onde vêem, desde o Alberto Cuddel o mais conhecido e de carreira mais longa, ao já desaparecido Sírio de Andrade e sua paixão platónica Pyxis de Andrade, o Erotismo e sensualidade do Tiago Paixão, a maledicência e intervenção social e política do Januário Maria, a carência afectiva e física de amor e paixão sentida por Joana Vala por culpa de um marido mais focado em proporcionar uma vida financeiramente estável e todo o conforto material, passando ainda pelo Suicídio poético ou a catarse ultima do sofrimento, violência domestica pelo sentir das vitimas, sejam mulheres, homens, crianças ou idosos, seja a violência física ou psicológica, seja a dependência emocional e financeira para com o agressor, e como a vitima nos olha a nós sociedade… por ultimo eu mesmo, pensamentos, emoções, formas de estar, divagações…

                Um dia irei deixar de escrever, não por falta de vontade, mas por se terem esgotado as palavras, por já ter escrito em todas as conjugações de sentimentos, por já ter sentido todos os orgasmos, por se terem esgotado todas as lágrimas, por estarem mortas as vítimas, pelo inevitável divórcio da Joana, pelo conformismo da Pyxis, pela censura as palavras de revolta do Januário… um dia calar-me-ei em pleno também a mim… quando tudo já tiver escrito, e falta-me tão pouco…

De todos os poetas que há em mim há um que deveras aprecio, que sinto como o mais verdadeiro e fiel da minha estrutura orgânica e emocional, esse poeta é aquele que nunca declamou um poema, que nunca escreveu uma palavra, esse poeta é o que se senta recostado no cadeirão da varanda, enquanto arde um cigarro e olha as letras juntas de um poema, e silenciosamente o bebe, o degusta e o sente… em silencio, o melhor de mim é o que lê, e o que vive… sem pensar a poesia… porque ela sente-se… assim sem métricas, sem regras ou balizas…

António Alberto Teixeira Sousa

Perfil do Facebook

Essa insegurança crua da existência humana

Essa insegurança crua da existência humana

“não trago o sol nem a lua na algibeira.
não quero conquistar mundos porque dormi mal,
nem almoçar a terra por causa do estômago.”*
tão pouco erguer-me por aí com as dores nas costas…
os pinheiros altos dormem ali sob as nuvens
as galinhas ainda hoje beberão de pé…

sob a terra quente debaixo dos pés
o ruido metálico da imaginação dos homens
pouca terra, pouca terra, e o mar cruzado por cargueiros…
nesse capitalismo feroz da existência humana
nesse ter que impera sobre a nossa realidade do ser

onde te mora esse desejo de caminhar a par?
se a na tua prepotência exiges apenas chegar…

há em mim esse desejo absurdamente romântico de fazer existir o teu sonho
onde as flores são apenas flores e as arvores de fruto apenas arvores
e delas nos alimentamos,
essa ideia que perseguimos
de uma cabana e um sonho de amor…
e sob a lua e as estrelas fodemos, como profecia mater do sonho do homem
um amor na mão e uma cabana sob as cabeças
e existimos ali…

realidade que não tem desejos nem esperanças,
mas músculos e a maneira certa e pessoal de os usar,
e tudo é por nós possível… e o amor faz-se, faz-nos…
porque na impossibilidade cósmica de o ver, limitamo-nos a sentir a sua existência
em tudo o que foi divinamente criado…

essa insegurança crua da existência humana
torna-se palpável, sofrível, no calor dos teus seios
e ficamos ali, tão perfeitamente reais, olhando as estrelas…

Alberto Sousa
04/08/2022
In: Poemas de nada que se perdem na calçada

*Alberto Caeiro

Solidão do léxico que me acompanha…

Solidão do léxico que me acompanha…

Não sei o que mais virá em mim revolver a conjugação verbal que calo… essa concomitância do sentir tão irritantemente absurdo na busca pelo novo, quando o velho nada tem a oferecer, e fico… já não me apetece dar os passos que devo dar, não me apetece mudar, mudar dói, crescer dói, aprender dói… para que ser, se tudo aos teus olhos se resume a esse absurdo tão familiar e natural do ter… e eu tenho, e posso ter tudo…

Ergo-me atónico da mesa do café, como se nunca me houvesse ali sentado cansado de olhar o mundo, e tu passas por ali como um desafio ou a tentações de Cristo, e eu? Finjo em mim que te resisto, não pelas formas do corpo, mas pelo desafio do espírito, tu fêmea, dona e senhora do mundo, na tua certeza multitarefas sabes, como sempre soubeste que podes por tu criar toda a humanidade. Isso revolta-me, o facto de me saber apenas escolhido, sem a mínima hipótese de ser eu dono do meu destino…

Em mim foi sempre menor a intensidade das sensações que a intensidade da consciência delas. Sofri sempre mais com a consciência de estar sofrendo que com o sofrimento de que tinha consciência. A vida das minhas emoções mudou-se, de origem, para as saias do pensamento, e vivi sempre mais amplamente o conhecimento emotivo da vida, como se procurasse nesse corpo e na descoberta do prazer nas sinapses neuróticas a razão humana do sofrimento da criação. E Deus criou-te, eu nasci de ti Mulher, solidão do universo que me acompanha… quero-te porque de ti descendo, para te absorver em mim nesse sentir complexo de tudo sentir…

António Alberto Teixeira Sousa
In: Sonho perigoso de um futuro que pode acabar…

Ontem a véspera de hoje…

Ontem a véspera de hoje…

Não esperei o amanhã, nem tão pouco a saudade dos beijos que se perderam na vontade sem nuca terem sido saboreados pelos meus lábios, não, não esperei, sentei-me e parti dali sem rumo certo. Olhei-te ainda como numa despedida acenando lenços brancos enquanto o barco zarpava rumo a um planeta distante… tudo era tão certo e tão real, a vida era essa certeza inquieta de ser uma existência virtual da perseguição da vontade…


Olhei inquieto o espaço vazio entre mim e o querer sair dali as paredes de um âmbar fosco aprisionavam-me os sonhos, mas eu voava entre as ervas daninhas e o pouco milho que imaginava, não havia água, mas chovia no meu olhar… entre os girassóis atordoados por uma luminescência plena, sem vontade própria de seguir um rumo inexistente, apenas as caturras quebravam o silencio dos campos, não havia corujas, nem ratos, nem noite… tudo era cientificamente aborrecido…


Tive ideias de levantar-me e partir, mas o destino era em mim incógnita… para onde se nem na morte a certeza existe… saia dali, e ia… sem destino, sem rumo, sem futuro, sem metas ou objectivos, tudo estava ali pronto, bastava um pensamento, comia, na ilusão de ficar saciado, bebia… dormia, beijava-te até… nem tinha a possibilidade de sentir saudade, tudo era tecnologicamente satisfeito, todas as vontades, todos os desejos… como sentia falta de ontem, desse tempo em que corria atras de tudo, que tinha sonhos reais, desses que nunca são realizados…


E ontem era tão somente a véspera de hoje, de um tempo sem futuro e sem desejo… resta-me um, morrer… e o hoje que nos proporciona a vida não permite…


António Alberto Teixeira Sousa
In: Sonho perigoso de um futuro que pode acabar…

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