1590 poemas depois abandono o blog, a todos os que me seguiram o meu muito obrigado! foi bom sentir o vosso apoio e calor humano, foi bom crescer com as vossas criticas! quem sabe um dia, algures no futuro eu regresse.
Obrigado amigo Vítor Costeira pela surpresa da declamação! Vale a pena escutar com atenção!
Não sendo este um dos poemas mais conhecidos do autor António Gedeão, “Poema à um homem só”, foi o escolhido por mim a reescrever no passado, não sendo eu sozinho, reescrevo-o contigo…
Poema a um Homem Sozinho
Só, Irremediavelmente só, Como um astro perdido que arrefece. Todos passam por ti E ninguém te conhece.
Os que passam, Os que te olham de lado, Os que ainda falam: Sai daqui…
Essa solidão desnuda, Quer se veja, ou se tape, Quer se peça, se despeça, Ninguém para, a conversar…
Quem te sente, homem doente? Ninguém nem mesmo eu, Quem te escuta, homem que fala? Ninguém nem mesmo eu, Quem te ajuda, quem te mente? Ninguém nem mesmo eu…
Dão-se esmolas, são tesouros, Dão-se sopas e cobertores, Dão-se roupas, e comprimidos Mas ninguém te tira as dores, Dão-se gritos, envergonhados, Sem abrigo, desabrigados, Dá-se tudo e nada tens!
Mas esse teu íntimo secreto Que no silêncio desesperas, Sentado enquanto esperas Num esgotamento completo, Este ser-se sem disfarce, Um homem sozinho desenlace, É teu, só teu de mais ninguém.
Sei que sonhamos Sonhamos o ontem e o amanhã Sonhamos todas as noites e todos os dias Ainda assim, percorremos vagarosamente o presente A cada ausência A cada distância
Os dias sucedem-se Sucedendo-se as horas e as noites Sucedem-se também, a solidão e todo o tempo Todo o tempo em que não te toco com a minha mão!
Nascemos assim Distantes e ausentes um do outro Distantes, porque o tempo nos fez O tempo nos moldou Nesta viagem, que percorremos lado a lado!
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