Poema, simplesmente Poesia
Insulta-me largamente a falta de vontade
Consciência poética que nada sei de verdade
Tão pouco a inspiração marinha
Ou um outro carnaval que finda!
Febril displicência, esta a que me condenais
Escrita celebrativa em registada pelos anais
Registo ecléctico do texto em tudo poético
Escrevendo um sentir em tudo patético!
Ó poesia doutrora, declamada em alto estrado
Por doutros e ávidos poetas desta nobre vida
Na terra experimentados pela idade, mestrado
Assim cantavam alto toda a sua vil poesia!
No sul, este, oeste e norte
Amor, saudade e morte
Jardins, flores, mar e sol-pôr
Ódio, intervenção ou amor!
Assim canta baixinho o poeta
O que sente o que lê e o que inventa,
O sem vergonha e sem pelo na venta
Verdades que escandalizam ou peta!
Ó poesia assim celebrada,
Em ti nada mais a ser inventada,
Apenas ouvida, declamada, escutada!
Alberto Cuddel
02/06/2017
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