Nesta poética do sonho…
Nas noites em que há meia-noite, procuro encontrar a solidão no universo inteiro, nos sonhos em que me habitas, memória dos dias e das tardes, encontro o silêncio nas palavras sobrepostas, quebrados pelo eco da tua imagem e pelo calor do teu corpo.
Desperto da sonolência das horas, preso nas grades do tempo, onde moram as estrelas, pólens literários esvoaçam na mesinha de cabeceira, de uma literatura avulsa remetida pelo correio… ainda assim o cotidiano inquieta-me, nesta visão de uma realidade cinzenta, envolta em nevoeiros rosa!
Tudo dorme,
Viajo pelo sonho das metáforas
De uma mão calejada na alma
Que me massaja o ego, eleva
Que se faz luz no sentir de alguém
Que distante canta fados tristes,
Numa solidão inconformada,
Onde ainda me deseja a cada dia,
Pelos aniversários de vida!
Na solidão que a meia-noite me dá, sou eu, sendo outro, escrevo, versos que a noite me dita, de um mundo exterior a mim, onde pertenço, onde sempre pertenci, e sonho como nunca havia sonhado, com esses dias de mão dada, onde as rosa não morrem e os jardins conseguem florir pintados de branco, mesmo que na noite o frio seja um mero motivo para o abraço!
Acima de tudo, adormeço, e sonho, como se nunca tivesse acordado, desta realidade que é hoje, a vida que me dou…
Alberto Cuddel
13/11/2018
Marvila, Portugal
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Poxa, que belo poema!
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Muito obrigado amiga
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