Poema para ti
Sabes de que cor são os meus olhos?
São verdes, como verde é a esperança
Essa que ondula junto ao esteio
Junto ao vermelho esfarrapado
Que me corre nas veias, nas artérias
Bombeado vezes sem fim, jorrando
Lágrimas ensanguentadas vertidas
Nessa dor de ser humano, e errar!
Sabes de que cor são os meus cabelos?
Castanhos, já também pintados de prata
Dessa que espera por nós, sem pressa
Neste tempo agarrado à terra como leito
Folhas de Outono como coberta,
Numa outra espera de nascer, ser novo!
Sabes de que cor são os meus dias?
São cinza, coloridos pelas pinceladas
Da tua essencial existência, as palavras
Arcos que brotam do teu ser, desejo
Sou tela, espelho de ti mesma, sou aguarela
Óleo, carvão, sou tinta, sou folha…
Tu, és tudo, uma parte simples de mim
E eu?
Eu sou apenas parte do que de mim reténs!
Alberto Cuddel
02/10/2018
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