O poema que não escrevi ontem

O poema que não escrevi ontem

Perfilam-se as palavras como passos
Como pétalas desfolhadas da rosa
Uma após a outra, consecutivamente…

Entre nuvens escassas num céu de Janeiro
E um acentuado arrefecimento nocturno
Avizinhasse um dia calmo
E um qualquer esvair do tempo…
 [onde moras saudade?]

Os deuses que te concedem o dia
Chamam-te à vida…
Ainda assim dormes
Docemente
Com a cabeça pousada na almofada…

E a gente que passa,
Que acorda e que olha
A que vive e desfolha
Os dias e as horas
E outros tantos que mentem
Que se escondem entre a gente
Que taciturnamente caminham
A passo miudinho e mesquinho
No caminho ao teu lado
Dando palmadinhas nas costas…

Não, não escrevi este poema ontem
Nem hoje faz muito sentido,
Apruma-te, olha sobre o ombro,
Sim é verdade…

Alberto Cuddel

2 thoughts on “O poema que não escrevi ontem

Add yours

Deixe uma Resposta

Preencha os seus detalhes abaixo ou clique num ícone para iniciar sessão:

Logótipo da WordPress.com

Está a comentar usando a sua conta WordPress.com Terminar Sessão /  Alterar )

Facebook photo

Está a comentar usando a sua conta Facebook Terminar Sessão /  Alterar )

Connecting to %s

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.

Website Powered by WordPress.com.

EM CIMA ↑

%d bloggers gostam disto: