Escolhi Amar-te XLIII

Escolhi Amar-te XLIII

Esperei que Deus te criasse para aprender amar, não que ainda não o soubesse, mas não o tinha escolhido, amava, pelo cheiro, pelo tom de voz, pelo alimento e carinho, não por escolha, não para que me encontrasse ou completasse em ti, mas por gratidão divina à vida que me foi por ela concedida, Amo-te Mãe, Amo-te Pai, mas não escolhi amar-vos, apenas amo-vos.
Esperei que Deus te criasse, que te conduzisse a mim, para poder escolher amar-me em ti, não me amo o suficiente para que abdique de escolher amar-te, amo-te para que possa amar-me a mim no amor que recebo, já mais poderia receber se me amasse completamente por mim próprio.
Esperei que Deus te criasse, que cavalgasses uma tarde de Outono, em que as nuvens pairavam opressivamente baixas no céu, para que o meu céu se abrisse, para que tu entrasses em mim no primeiro vislumbre da tua aura. Mistério irresolúvel de Deus, em ti me tornava eu, não completo, não melhor, mas eu. Em ti parte de mim adquiria a identidade perfeita, na busca constante pela felicidade. 
Esperei que Deus te criasse, para que se cumprisse a profecia do nosso destino escrita em outras reencarnações, para que se cumprisse o milagre de poder sonhar em ti a minha, a tua, a nossa vida. 
Esperei que Deus te criasse, para que pudesse escolher amar-te cada dia, não por meras e belas palavras, mas pela acção de o demonstrar reinventando o acto de te amar em mim, por ti!

Alberto Cuddel

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