Não me descansam os pés cansados
Não quero sair daqui,
Daqui de onde estou
Onde me ilumina o sol
Onde não penetra a lua
Aqui mesmo, escondido
Mortificado pelo cansaço…
Na corrida dos ribeiros
Canso o olhar em flores murchas
Em rosas de espinhos hirtos
Nos bivalves que morrem ao sol
Mare vazia, que se enche
Banhistas como lagartos estendidos…
Deixo lá atras a vida
Correndo vagarosamente passo a passo
A tristeza cansada dos sonhos
Onde nem o sexo me anima…
A vida morre todos os dias
Todos os dias a vida definha
Mas, não me descansam
Os já pés cansados…
Alberto Cuddel
15/08/2017
23:38
Deixe um comentário