Bucolicamente o desejo

Bucolicamente o desejo

“e deram tudo o que podiam
a lua, lá em cima testemunha vidente
joelhos viciados e alma carente
e diziam mentindo – amor”

busco-te entre as memórias coloridas de nós
na genuflexão olhas-me… provocas-me… despes-me
bebes-me inteiro, como se não houvesse depois
e depois somos nós, tudo em nos e a minha boca…
os meus lábios, a minha língua, e nas palavras nos dedos
e a loucura dos gemidos, oralmente clamas por deus…
e eu olho-te… planando pelo Olimpo de todas as galáxias…

e fizemo-nos água e paixão, lençóis e turbilhão
dos orgasmos manto, do prazer fizemos vida…
e da vida testemunha de planetas sem fim…
viemo-nos como cometas, em orbitas espaciais…

e fomos casal, amantes, eternos depois, e antes
do abraço fizemos casa, do sexo morada
da paixão mortalha, da alma fizemos nada
do gozo fizemos corpo, do movimento muralha…
do amor fizemos castelo, do desejo namorada…

“e deram tudo o que podiam
a lua, lá em cima testemunha vidente
joelhos viciados e alma carente
e diziam mentindo – amor”

Tiago Paixão
21/06/2024

afúriadapaixão

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