Nesta pátria tão minha, onde se salga a saudade! Onde irmãos dormem juntos, enquanto se passeia por Sintra João da Ega, Morgadinhas que se escondem por entre canaviais, há novos contos por entre montanhas e pupilas de um qualquer reitor, inventam-se poemas de amor, e outros a damas da rua… Nobre herança a minha, tão pobremente rica em literatura morta…
Nexo disléxico salivando a cada declamação, Lutando por um pedaço de terra, um pedaço de chão Nesta pátria tão linguisticamente atrófica Presa a conceitos neuro linguísticos Onde me aprisionaram o pensamento…
Tudo é tão intenso na marginalidade do desejo Ternamente chamo-o de amor, sem choque Mesmo que para mim seja sexo, fluidamente trocado, Na dadiva consumada de sentires e emoções Onde o poeta se esmiúce na penetração da alma do leitor…
Reciclo uma vontade puritana de beleza, pátria Onde ouso sonhar e pensar livremente, “I need You” PRESISO-TE, nada mais que isso, quero-te no olhar Que depositas em cada letra, no teu sentir e desejo Na tua vontade orgasmica de me leres, eu… que me penso poeta… Não ouso pensar um poema noutra língua que não a tua Camões… Dinis, sei que galaste muitas nos teus versos, alem de Isabel de Aragão Tão devota dos pobres e tão distante do leito…
Versos medianos, de uma mediana cultura Um sujeito mediano, de visão mediana Preso em sensações programadas Dia após dia, escrevendo, regando a vida com bebedeiras, Uma dependência lexical de figuras de estilo, enaltecendo Uma arte de desabafo, tão própria, ou uma crença puritana De que a poesia liberta… de uma prisão Onde voluntariamente me enjaulei de portas abertas…
Nesta pátria tão minha, onde se salga a saudade! Morro a cada verso sonhado, chorando os que não escrevo…
Acabamos da mesma maneira como começamos, mesmo juntando outros Poetas, não deixa de ser poesia, ou literatura Portuguesa, na língua pura de Camões!
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Obrigado tio por me seguir.
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