Há essa voz de eco que o tempo esquece…

Há essa voz de eco que o tempo esquece…

eco do tempo que se faz voz em majericos
ecos da porta da igreja e a voz dos mexericos…

arrastas pelo chão o nome de mulher
na invenção de um leito de uma noite qualquer
dizes-te voz da consciência,
bates no peito em obediência
mas és meramente invejosa da vida alheia…
que as almas do purgatório te perdoem
e todas as outras que escorregaram na vida
solteiras à força de trabalho criaram uma filha…

há essa voz de eco que o tempo esquece
mas que o povo sábio enaltece, na letra de um fado
antes que a vida te leve, pelos bairros de alfama
és força vida entre o tejo e o sado…
amada por tantos os que te deitaram na cama…

ó mulher, doce mulher… onde te mora a liberdade?
na inveja de muitas, as que te escarnecem na rua
pura inveja de vida, por a sua sorte não ser a tua!…

Alberto Cuddel
07/06/2021
Alma nova, poema esquecido – I

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