Duetos improváveis – dois tempos e duas mãos

Uma surpresa feita pelo meu querido irmão das letras António Alberto Teixeira Sousa!! O poema que fiz, há pouco mais de duas horas, agora, extensível a duas mãos! As minhas e as tuas! infelizmente ainda não consegues comentar, mas consegues ler!!
Obrigada pelo teu carinho, obrigada pela tua generosidade, obrigada pela surpresa! Obrigada por seres como és!!
🥰🙏🙏🙏🙏🙏

SER ( a duas mãos)

Presta-se o dia
para divagar nas entrelinhas de um suspiro
Aberto de cautelas e consciências plenas do nada…do vazio do inconsciente…
De propósitos de vida
e pensamentos vagos…
Mas sempre com uma prioridade assumida,

O amor…
O amor no mais puro conceito…

“Essa virtude humana que se agiganta no vento
Canas que se vergam as tempestades
E tudo passa, tudo é perfeito, na imperfeição das horas
E antes de tudo, o amor é, naturalmente natural… “

Ouço o frenesim dos pássaros e
dou por mim, cada vez mais apegada aos animais e às crianças …
A inocência de ambos é congénere …

“Numa fidelidade férrea gravada nas pedras
Vivo esse tempo raso, esse vai e vem marítimo,
Eterno, infinito, feminino, sensível até… “

Dois pequenos irmãos jogam à bola no jardim…
Não devem ter mais de oito anos
e a alegria dos seus sorrisos é contagiante!
Ausentes de responsabilidades e incertezas, não pressupõem sequer o que o futuro lhes reserva…

“Como duas pequenas crias de lobo
Aprendendo a cada brincadeira,
Como se edificassem Roma, criado um novo amanhã…”

Que perfeito seria um mundo, onde a proteção e direitos iguais, para as crianças e animais fosse um senso comum…

“Que perfeita seria a vida sem essa necessidade de diferenças
Sem distinção entre seres vivos,
Entre crianças e adultos, entre homens e mulheres,
Entre pigmentações, entre religiões Entre fronteiras, entre falsas e verdadeiras… “

Que perfeito seria um mundo sem guerras, sem ganâncias, sem ódios, sem censuras, maledicência, reparos ou reprimendas…

“somos um vírus na terra,
Uma bactéria que suga a vida,
Humanos tristes, gananciosos,
Invejosos, sedentos de fome…
Queremos o que não temos… “

Vivemos num mundo doente, com feridas que jamais irão sarar…
Com disputas que jamais irão parar…

Só um poeta consegue subtrair-se das trevas…
Por mais que sofra, o poeta sonha e vende sonhos a quem os queira comprar…
Alimenta-se e alimenta almas famintas com o mais puro alimento espiritual,

“O poeta sonha, idealiza a brisa no rosto
Uma paz capaz de ser sol num caminho
O poeta canta a beleza natural,
Essa ideologia natural que é a paz,
Fruto de uma pura sementeira…”

O amor
O amor no mais puro conceito!

No pouco tempo que não tenho para ter tempo para o que é vital
e dentro de uma existência invertida, continuarei sempre a ser poeta…
E…a ser poema…

“Enquanto o amor é semente a germinar… “

Célia Teles Ferreira
“Alberto Sousa”
16042022
Reservados os direitos autor

Duetos Improváveis – Duas mãos e dois tempos

“Escrevo! E o que escrevo é igual a qualquer outro escritor. Sem nenhuma diferença, diria!
Porque uso as mesmas letras, as mesmas palavras, a mesma emoção, a mesma raiva e a mesma ironia.”

Desenho letras tabeladas, sentires escutados, romances anunciados, copiados pelo dicionário, eu compilador de verdades que outros sentem.

“A forma como espalho as palavras é diferente, mas isso torna tudo ainda mais igual.
Talvez tudo se alterasse se inventasse palavras novas.
Quem me dera saber inventá-las.”

Quem me dera senti-las como as sentes, como reviras os olhos a cada exclamação, como as sentes no peito, como te humedece o olhar, no ricochete que te fazem na alma, ai sim, podia sentir, poderia ser poeta!

“Ponderei, então, sobre o que faria eu que me distinguisse dos demais, se utilizamos os mesmos travessões, os mesmos pontos finais, as mesmas interrogações e as mesmas exclamações. E percebi. De repente percebi que faço a diferença no que não escrevo.”

Faço a diferença no que não lêem, faço a diferença no que sinto, no que vivo, na forma de colocar os dedos, na pressão que exerço em cada palavra, em cada ditongo, em cada vogal

“Faço a diferença na forma como respiro quando escrevo.
Faço a diferença naquele espaço que existe entre as palavras que parece igual para todas, mas não o é.”

Faço a diferença quando me olhas de frente nas palavras que sentes, quando transmito o que pensas ter sido dito. Quando a alma se eleva ao dom de ser lida, sentida, declamada e gemida por ti.

“Faço a diferença sempre que rasteiro as palavras ou os leitores com uma vírgula que alinha o cérebro e desacerta o coração.”

Faço a diferença quando pinto a mundo com palavras repetidas, com pontuações repetidas, mas com um outro olhar, com um outro sentir, com os olhos da alma. Nesse pequeno espaço, entre a pausa e o silêncio.

“É aí que existo, que mudo o rumo das coisas.
É no espaço e na vírgula que eu sou eu, sem fingimentos.”

Nessa ínfima parte do poema, eu Poeta existo, eu faço-me eu, sem copias e repetições, sem interpretações incorrectas, sem julgamentos…

“No resto…bom no resto não passo de um ilusionista. De um actor. No fundo sou um manipulador de marionetas que conta histórias imitando poetas!”

Baltazar Sete-Sois
Alberto Cuddel

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