Janelas de vidro
Fantasias na representação da saudosa vontade do amarrotar lençóis de linho enquanto a vida se escorre em lágrimas pela vidraça, nessa luz ténue que escapa por entre as cinzentas nuvens carregadas de desespero, inunda o ar saturado do quarto vazio…
Há janelas de vidro fechadas ao mundo na impossibilidade de um abraço dado, há portas escancaradas à espera de quem não chega, há estradas vazias que não levam a lado nenhum, e um amontoado de casas decadentes vazias de gente…
E ontem? Ontem foi quem não partiu, hoje vivo, amanhã esperança, jazem vazios os copos de tinto, uma marca de batom seco, um cigarro mal fumado, uma cama desfeita, e um olhar vago, fixo no horizonte por entre os vidros de uma janela…
Alberto Cuddel
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