Para recordar um poema de 2016
Portugal…
Apetecia-me bater-te…
Como tens a audácia de ser campeão?
Como és capaz disso,
De ser o melhor e o pior do teu povo?
Todos abraçamos e todos vibramos
És o melhor de entre todos
E o teu povo, tão mesquinho
Todo sorrisos porque ganhaste
Se tivesse perdido nisso sim serias grande
Mas na boca do povo serias merda…
Portugal?
Porque não são sóbrias as tuas gentes
Porque não são construtores do futuro
Porque se conformam com a mesquinhez
Porque não mudam o amanhã
Porque não se mudam pelo amanhã?
Tanto corruptas são as suas acções…
Portugal
És enorme para um povo tão pequeno
Ele que não se ama, que gosta de sofrer
Que se recusa a escolher, que não quer participar
Que não arrisca mudar, que não olha o seu irmão…
Se o meu vizinho rouba, eu também quero roubar
Ele é esperto eu serei a dobrar…
Portugal
Olha as mães que choram
As filhas com nódoas negras
As crianças sem pais
Os pais sem filhos
Os pensionistas na miséria
Os políticos que roubam
Os bancos que faliram
E a saúde doente…
Olha os que estudam sem ensino
Os que ensinam sem vontade
Os trabalhadores sem igualdade
Portugal?
Onde estão os teus avós?
Que nos onde guiar?
Onde nos mora a honra e os valores
Onde está essa virtude
De cuidar da coisa pública?
Portugal
Deixa-me abraçar-te
Ainda que chorar
Ainda que possa doer
Tenho esperança
Que no amanhã
Em Portugal
Eu possa saber
Que o povo
Já sabe viver…
E Portugal
Parabéns
Pelo menos hoje
És campeão
De entre os primeiros…
Alberto Cuddel
10/06/2016

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