Imperfeição humana!…
há nessa imperfeição humana
uma raiva incontida de ser duna
manobrada pelo vento como tendência
de ser vítima chorosa do sistema
como cana agitada pela brisa…
no caminho vistoso do campo
correm as nuvens carregadas
lágrimas caídas e choradas
de uma vida dorida e sem tempo
nessa imperfeição humana que é viver
clareiras de luz que nos habitam a alma
há esse mar de incerteza que nos acomoda
mas que nos cativa perfume de rosa…
lutam os reclusos por um beijo
conquista firmada da fertilidade
um luar, uma viagem às estrelas…
ó imperfeita capacidade humana
guerreira por um orgasmo…
entre o prazer de acordar
e um orgulho ferido…
o macho imperfeito prefere matar…
advenha-nos o deserto,
a fome do incerto e a partilha…
entre a água à mingua
e um madeiro que nos entalha os dentes…
é na carência que a imperfeição humana se esbate…
ou se unem e vencem… ou morrem matando…
Alberto Cuddel
13/07/2021
10:41
Alma nova, poema esquecido – IX
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