Poesia oculta…

Poesia oculta

pudesse eu fechar-me em mim próprio
construindo paredes perfeitas,
pedras finamente cortadas, empilhadas
que afastasse de mim a luz e o mundo!

pudesse eu ser apenas verso
apenas rima e poesia, enclausurado
nas frias e secas palavras despidas
engavetado no mofo de fechadas gavetas!

pudesse eu ser segredo oculto da branca beleza
em folhas negras escritas a branco,
em folhas brancas escritas a negro,
tinta seca, palavras arrastadas e nunca lidas!

pudesse eu…
mas arrasto-me pela devassidão dos olhares
pela interpretação de humanos ávidos e sedentos
eles que vasculham as letras, os espaços, os silêncios
procuram-me a essência, o âmago, procuram-me
esperam encontrar-me a alma, a calma,
a devassidão prazerosa da vida, a fórmula do amor,
o mapa da felicidade, ou apenas ler-me,
compreender-me no acto altruísta que de mim
dou-me ao escrever-me nos seus pensamentos!
sem nunca me entregar…

pudesse eu ficar fechado numa gaveta,
poder até podia, mas seria eu apenas e só
e a falta da doce luz de ser poesia!

Alberto Cuddel

Na gaveta

Na gaveta

Em vagas horas
Em que o silêncio se estende
Vagueia redondo o pensamento
Perdido por entre os espaços da mente.

Nuamente na orfandade latente
Perdem-se ideias, sentir que mente,
Seguem correntes e brisas modistas
Sem conteúdo, apenas comodistas
Cópias, ideias curtamente repetidas
Ideias sombrias e sujas, escorregadias
Politicamente e socialmente aceitáveis
Mornas, travestidas de conceitos morais
Ideias em versos tristes, sem apoios sociais!

Em vagas horas
Em que silêncio se estende
Escrevo e escondo
Pensamento redondo
Que me liberta a alma,
Ao pó, na escuridão da gaveta,
Poesia escrita a tinta preta,
Tantas vezes tingida de sangue!

Alberto Cuddel®

16/08/2016

Poesia na gaveta

Poesia na gaveta

Poemas guardados
São nados mortos poéticos
São versos abandonados
Sentimentos secos, esqueléticos

Poesia é vida, livre, sentida
Poesia é emoção, quando lida
Escondida, é apenas desabafo
Sem voz, um sussurro, um bafo!

Poesia de gaveta, é um eu escondido
Um sentir ausente assim reprimido,
Palavras ocultas da luz, não são escritas
Desenhadas, pensadas, circunscritas!

Permite-me ser poeta, sentindo
Lendo, sentindo o teu viver
Permite-me conhecer-te coexistindo
Na tua sensitiva forma de ver!

Deixa que as palavras voem
Que o pó de dissipe,
Que os versos vivam…

Alberto Cuddel®
In: tudo o que ainda não escrevi 66

Na gaveta

Na gaveta

Em vagas horas
Em que o silêncio se estende
Vagueia redondo o pensamento
Perdido por entre os espaços da mente.

Nuamente na orfandade latente
Perdem-se ideias, sentir que mente,
Seguem correntes e brisas modistas
Sem conteúdo, apenas comodistas
Cópias, ideias curtamente repetidas
Ideias sombrias e sujas, escorregadias
Politicamente e socialmente aceitáveis
Mornas, travestidas de conceitos morais
Ideias em versos tristes, sem apoios sociais!

Em vagas horas
Em que silêncio se estende
Escrevo e escondo
Pensamento redondo
Que me liberta a alma,
Ao pó, na escuridão da gaveta,
Poesia escrita a tinta preta,
Tantas vezes tingida de sangue!

Alberto Cuddel®
18/08/2016

Poema do dia 07/01/2018

Poema do dia 07/01/2018

Desde que tomei consciência de que todas as palavras são vãs
Nada me apraz na dissertação egoísta de escrever para a gaveta
Para uma estante de carvalho repleta de capas douradas e títulos
Não penso em escrever um livro, mas poemas lidos de mão e mão
Palavras soltas no olhar, ganhando significado a cada lágrima…

Nunca irás ler o que escrevi, a plenitude do significado com que senti
A dor fingida que impingi nas palavras, nunca o irás entender
Nunca viveste o que vivi, mas mesmo assim falo-te ao coração
Entre na plenitude da tua alma, as palavras são obras de arte imaculadas
Perfeitas em si mesmas, e no abraço que te envolve, no obro que oferecem
Nos sorrisos que arrancam… poemas não são desabafos da alma, mas diálogos
Lês-me na luz do sentir que viveste…

Não me guardes, não me coloques na estante, não me feches na gaveta
Partilha-me, faz-me circular, apresenta-me ao mundo…

Eu sou mero poema, um abraço do tamanho do mundo…

Alberto Cuddel
07/01/2018
18:00

Na Gaveta

Na gaveta

Nas vagas horas
Em que silêncio se estende
Vagueia redondo o pensamento
Perdido por entre os espaços da mente.

Nuamente na orfandade latente
Perdem-se ideias, sentir que mente,
Seguem correntes e brisas modistas
Sem conteúdo, apenas comodistas
Cópias, ideias curtamente repetidas
Ideias sombrias e sujas, escorregadias
Politicamente e socialmente aceitáveis
Mornas, travestidas de conceitos morais
Ideias em versos tristes, sem apoios sociais!

Nas vagas horas
Em que silêncio se estende
Escrevo e escondo
Pensamento redondo
Que me liberta a alma,
Ao pó, na escuridão da gaveta,
Poesia escrita a tinta preta,
Tantas vezes tingida de sangue!

Alberto Cuddel

 

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