Conjecturas
selamos o tempo
congeminamos teorias
inquirimos o nosso íntimo
apenas uma pergunta
uma única questão
sem qualquer resposta
sem qualquer razão
porquê?
porque continuam a florir as flores?
rebobinamos passados
procuramos, revemos
nada, sem hipótese
nem uma ínfima teoria
porquê?
continuam as ondas a chegar à praia?
que prepósitos ocultos?
que esperanças?
que ideias, que desejos?
que quebra de algo
que não descortinamos?
porquê?
a vida é um ciclo sem fim?
porque o vidro depois de quebrado não pode ser colado?
nessas conjecturas sem propósito, sem significância cabal
caminhamos parados numa terra que gira,
de um tempo que não pára nem abranda
é tudo é, como tudo será, mesmo que ninguém intervenha…
Alberto Sousa
20/05/2022
Poemas de nada que se perdem na calçada

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