Abraço-te na eutanásia da saudade

Abraço-te na eutanásia da saudade

mata-me a saudade no teu abraço
estreite-se-me a alma entre braços firmes
habita-me com urgência o corpo
mata-me a fome de amar, faz-te em mim…

olha a imensidão das águas, senta-te comigo
espera entre nevoeiros a esperança de me ver chegar
regista na fé a certa virtude de permanecer no peito
neste amor interior que se fez em ti sede de viver.

amar-te-ei nesta virtude que mão dada
nesta cara simples, limpa e erguida,
amar-te-ei hoje, agora, amanhã também
ai onde crepita o tempo, onde se consomem as horas
amar-te-ei na sepultura da saudade,
neste amor sem vaidade
onde a fome se faz carne
onde a sede se faz abraço
onde o tempo não morre e pára
nesse orgasmo fálico,
onde a saudade se faz morta…

Alberto Cuddel

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