Joana Vala – Promessas, só promessas

Desafiado por Ruth Collaço a escrever sobre uma imagem

Joana Vala – Promessas, só promessas

tenho engarrafado desejos, reprimido os sonhos
– e tu? quando libertas as promessas feitas?

percorremos a vida atrelados ao mesmo lar
confinados neste marasmo dos dias e das noites
onde guardas as chaves da paixão que sentias?
não é a vida, não sou eu… que desculpas inventas?

nessas promessas repetidas, onde te deixaste morrer?

cai do pedestal, faz-te à estrada comigo, seja azul o comprimido
não me importa, mas vive… faz-te de novo…
se me desejas mostra-o… não te encerres em ti mesmo…
destranca-te dá-me a chave que te liberta…
faz-te tesão e ama-me…

faz-te à estrada comigo, ou simplesmente despeja todas as promessas
descarrega a ilusão, e deixa-me caminhar sozinha
puxando o atrelado do desejo até encontrar quem o puxe comigo…

para que eu possa ser:
novamente mulher, novamente Joana…

19/01/2020
21:07

Com a gentil autorização de:
https://www.facebook.com/joaogomezphotography

As chaves da saudade

Desafiado por Ruth Collaço a escrever sobre uma imagem

As chaves da saudade

entre promessas e desejos de uma paixão crente
há essa impossibilidade de distância a percorrer
não daqui a aí… mas a distância do sonho à realidade…

há esse movimento circular de rodar, de contornar o corpo
esse querer consciente de beijo, de te desnudar a alma
como viagem persecutória ao combustível do desejo…
será a viagem da vida essa loucura de sonhar o orgasmo?

entre chaves e portas, entre promessas e desejos
sonho-te liquidamente em mim, como a viagem
em que ao plano físico atrelamos os sonhos
desejo e saudade, do que será, depois de ter sido…

entre promessas e desejos, carregamos o sonho…

Tiago Paixão
19:46 19/01/2021
a fúria da saudade

Com a gentil autorização de:
https://www.facebook.com/joaogomezphotography

Podia ser prazer!

Podia ser prazer!

Toma-me os braços,
Inibe-me o movimento dos pulsos
Deixa que as mãos apenas sintam o ar
Esse que sopras no gemido os teus lábios…

Venda-me…
Impede-me de te olhar
De te sentir na alma o contorno…

Comprime-me
Contra o leito
Sobe o peso movimentado
Do teu corpo freneticamente apaixonado…

Apenas não me deixes só…
Neste escuro silêncio que me aprisiona o peito!
Alberto Cuddel
#ComoFazerAmor

Luar Encoberto

Luar Encoberto

Deixo que os uivos silenciosos
Que ecoam distantes no oculto luar
Me inquietem a alma, pelo nada
Num tudo perverso que me chama
Que me arde no corpo em lua cheia
O teu cheiro que me clama em ti
Perco-me distante pela transformação
Inquieta e disforme, no pulsar do sangue
Que me acelera nas veias, pelo sonhar
Apenas o toque de tua pele
O desejo corrói-me as entranhas
Pela doce e inquieta paixão
De ainda não me ter em ti!

Sírio de Andrade®

In: Antologia Depressiva
10/10/2015

O teu desejo

O teu desejo

Aparta-me a alma
Nesta camisa que se abre ao teu desejo,
Percorre-me o peito, desnuda-me
Sente o calor do coração nas tuas mãos

Aparta-me a alma
Beija-me, desnuda-me o corpo
Entre as palavras sãs
E os quereres que se desenham nos dedos
Despe-me a alma no teu sentir

Aparta-me a alma
Sacia a tua sede
Essa fome de mim que te consome
Arremata-me, adquire-me a nudez
Faz-me teu, definitivamente teu…

Aparta-me a alma
Despoja-me das vestes
Das metáforas e hipérboles
Rasga-me e desnuda-me na pressa de me teres
Lê-me definitivamente a fome
Esse querer de ser em ti
Abre-me o peito, neste amor que me condena
Sente-me nas mãos o pulsar do desejo
Esta força de ser mar
Esta vontade de ser rio e céu
Esta vontade de lua iluminando as estrelas

Aparta-me a alma
Beija-me, desnuda-me o corpo
Aparta-me a camisa aberta de par em par
E sente no teu peito o meu peito nu…

Tiago Paixão
07/09/2019

Poema do dia 02/08/2018

Poema do dia 02/08/2018

Nesta canícula que te consome o corpo
Entre as estrelas e a destilação com calma
O desejo do espirito adormecido…

Noites longas devorando a alma,
Ardente desejo que te consome,
Deliro atroz, dor do sentir, ansiedade,
Preço da conquista,
Que nas palavras bebes… Mansidão…

O fogo do desejo que te inflama,
Estremece teu corpo nesta trama,
Na vontade de ter, de possuir na chama,
Que te incendeia na palavra distante,
No abraço espelhado do forte desejo,
A busca constante do prazer negado,
No toque suave do teu ansiado beijo!

Mãos que inquietas na noite tremem,
Buscam teu corpo, que os lábios bebem,
Líquidos frescos olhando a lua,
Nesse desejo de abraço, quente, nua…

Alberto Cuddel
02/08/2018
21:40

Cansam-me os desejos da carne…

Cansam-me os desejos da carne…

Cansam-me os desejos da carne
A fome, a sede, o dormir
O acordar, o levantar, o erguer
Cansa-me o vestir, o sair, o ficar
Cansam-me os desejos de prazer…

Sílabas doentes de uma alma prisioneira
Encarcerada num corpo anafado e pesado
Arrasto-me por versos enjaulados pelo julgamento
A liberdade é um sonho de um qualquer momento…

Reprimo-me dentro das limitações corpóreas
Confino-me à epiderme da aparência astuta
Parecendo ser quem nunca foi, reservando-me
Na alma, nos silêncios, ocultando-me nos espaços…

Cansam-me os desejos da carne que me são impostos
Necessidades arbitrárias de consumo…
Talvez não seja humano, talvez nunca o tenha sido…
Cansa-me ser apenas…

Alberto Cuddel
03/12/2017
13:25
#Solutampoetica

Poema XVIII

Poema XVIII

Nada pronuncies
Acerca-te de mim
Sente o vento passar
Que passe, entre nós
Até que espaço não haja
Lábios unidos no silêncio…

Sejamos descrentes do mundo
Na vã filosofia da realidade
Distâncias que se anulam
Desejos fecundos
Nossos e outros mundos…

Descruzemos pernas cruzadas
Levantemo-nos daqui…
Onde desaguam os rios
Mares que se encontram no luar
Migremos, como migram andorinhas…

Abandonemos os preceitos
Regras, corpos, existência
Sejamos energia, alma
Sejamos nada… apenas…
Um sentir inquieto
Que o tempo separa…

Universo conspira
Constipado espirra
Neste tempo
Baralhado…

Alberto Cuddel
30/09/2017
16:45

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