Mariposa

Mariposa

sentado numa pedra, perdido neste mundo
vida em volta alheia, indiferente a tudo
a vida passou por este corpo, qual borboleta
num voo irregular ziguezagueante e mudo
trespassada a alma arma branca, baioneta…

há mansidão da luz que se apaga
rastos de uma vida que foi
cruzam os céus cadentes estrelas
e desejos que se pedem pelos dedos
há um mundo perdido entre segredos e medos
e uivos fora de horas…
morcegos e mariposas…

há uma luz perdida no monte
e um monte de luzes enfrente
uma mão que me embala
uma voz que me acalma
uma avó que chama…
essa avó partiu…
as luzes não tem o mesmo brilho
as mariposas, não sei se lá vão…
sentado numa pedra, perdido neste mundo
vida em volta alheia, indiferente a tudo

Alberto Cuddel
01/06/2020
02:16
In: Nova poesia de um poeta velho

Tenho saudades tuas sabias?

Tenho saudades tuas sabias?

Tenho saudades do teu cheiro a terra, do cheiro da cevada pela manhã, tenho saudades da tua voz, do teu carinho, tenho saudades de falar contigo, mesmo naquele tempo em que já não me conhecias, mesmo no tempo em que sorrias aos meus sonhos, quando te falavas de amores e não fazias ideia de quem eu era…
Tenho saudades de ti sabias? Mesmo depois de tantos anos, de tantos meses, de tantos dias, sinto a tua falta. A falta do teu carinho, daquelas palavras que só tu no teu jeito simples sabias dar, e que eram tudo para mim… e hoje preciso tanto de ti, da tua sabedoria, dos teus conselhos, do teu jeito de falar, da tua alma, tão pura…
Tenho saudades tuas, faltas-me cá dentro… bem fundo na alma…

Alberto Cuddel

Poema do dia 15/08/2018

Poema do dia 15/08/2018

Declamei poesia nos teus silêncios

Versos repletos de lágrimas e sal!

Contei os dias até perder a conta

Nesse mar que calo ao te lembrar

Longos são os dias, e a memória

O ver nascer do sol e nossa historia…

Gravada no meu peito a última batida

Ultimo abraço, a saudade e a despedida…

És em mim vida e sabedoria, educação

Amor permanente de uma pura devoção

És cravos e rosas que adormecem

Silêncios, cera e perfume que permanece…

És a palavra nascente, o pão amassado

O cheiro da lenha, o crespo das mãos

És o silêncio das estrelas e o luar quente

O grito dos grilos que embala a gente…

Declamei poesia nos teus silêncios

Versos repletos de lágrimas e sal!

E a saudade gritou, silenciosamente

Dentro do peito, e o mundo indiferente…

(silêncio)

Escrevendo poemas, chorando só…

Alberto Cuddel

15/08/2018

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