Mariposa
sentado numa pedra, perdido neste mundo
vida em volta alheia, indiferente a tudo
a vida passou por este corpo, qual borboleta
num voo irregular ziguezagueante e mudo
trespassada a alma arma branca, baioneta…
há mansidão da luz que se apaga
rastos de uma vida que foi
cruzam os céus cadentes estrelas
e desejos que se pedem pelos dedos
há um mundo perdido entre segredos e medos
e uivos fora de horas…
morcegos e mariposas…
há uma luz perdida no monte
e um monte de luzes enfrente
uma mão que me embala
uma voz que me acalma
uma avó que chama…
essa avó partiu…
as luzes não tem o mesmo brilho
as mariposas, não sei se lá vão…
sentado numa pedra, perdido neste mundo
vida em volta alheia, indiferente a tudo
Alberto Cuddel
01/06/2020
02:16
In: Nova poesia de um poeta velho
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