Amor, é este o soneto…

Soneto de amor

Não me peças palavras, nem baladas,
Nem expressões, nem alma… Abre-me o seio,
Deixa cair as pálpebras pesadas,
E entre os seios me apertes sem receio.

Na tua boca sob a minha, ao meio,
Nossas línguas se busquem, desvairadas…
E que meus flancos nus vibrem no enleio
Das tuas pernas ágeis e delgadas.

E em duas bocas uma língua…, – unidos,
Nós trocaremos beijos e gemidos,
Sentindo o nosso sangue misturar-se.

Depois… – abre os teus olhos, minha amada!
Enterra-os bem nos meus, não digas nada…
Deixa a vida exprimir-se sem disfarce!

José Régio

Amor, é este o soneto…

Não me queiras, apenas por palavras,
Expressões sem alma, recebe-me em teu seio
O olhar se feche, onde o sonho lavra
Recebe-me por inteiro e sem receio.

Nos teus lábios, meus, se encontrem
Línguas, que gladiam sabores frutados
Que teu corpo vibre enquanto estiverem
Nossos membros nos dois entrelaçados.

Duas bocas uma língua, -Gemido
Nos beijos, olhar comprometido
Sangue, suor, sabor, odor, unidos.

Depois, olhar que me penetra, amada!
Funde-os aos meus, apenas calada,
Deixa a vida, ser, um tudo, no nada!

Alberto Cuddel
Poema de tributo a José Régio
08/08/2015

Deixe uma Resposta

Preencha os seus detalhes abaixo ou clique num ícone para iniciar sessão:

Logótipo da WordPress.com

Está a comentar usando a sua conta WordPress.com Terminar Sessão /  Alterar )

Facebook photo

Está a comentar usando a sua conta Facebook Terminar Sessão /  Alterar )

Connecting to %s

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.

Website Powered by WordPress.com.

EM CIMA ↑

%d bloggers gostam disto: