Voz queixosa de deus
fiai-me o manto que me cobre
diante do queixume de deus
abrigai-me no centro da noite escura
diante do vapor da madrugada
que se erguem as vossas mãos
nesses braços silenciosos que pendem
que caminhem os vossos pés
nos corredios caminhos de pastos verdes
que nesses gemidos dos gregos deuses
não cuideis das oferendas aos homens
não vos embeiceis por ledas deusas
fertilidade da terra que vos chega ao nariz
cuidai de ser… a guerra nasce do ter
dessa avareza gananciosa da terra
nessa voz queixosa de deus, morremos
não escutamos as palavras que nasceram
por morrem fora dos nossos ouvidos
não sofre a nossa terra esta linguagem;
país onde se queimam feiticeiras
descobrem o mal numa inocente imagem,
como o demónio em casa das primeiras.
fiai-me o manto que me cobre
diante do queixume de deus
afastai dos vossos olhos a vergonha
da visão que minhas palavras mostram…
Alberto Sousa
29/05/2022
Poemas de nada que se perdem na calçada
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