Raiva
devolves cativos os gélidos sentidos,
das cores escuras, depressão confusa,
querer fugir, reprimir o negro desejo,
escapar esfumando-se por entre os dedos,
escorrendo pela brilhante lamina, gotas da vida!
gotejando quentes no gélido mármore,
uma após outra, sorvendo de ti a vontade contínua,
partir em demanda, gritando impropérios,
contra os felizes donos dos impérios,
cor-de-rosa pintados, onde reina o amor,
há raiva! força contida que se espera soltar,
num abrir do peito, rasgado, pelo sofrimento!
há dor! quietude, aninhado num canto,
gotas escorrem, reprimindo o alto pranto!
Sírio de Andrade!

Quando engolimos a raiva, a raiva nos engole… saber expressá-la “sem destruição”, canalizá-la, é um impulso que pode nos fazer agir proativamente. Eis um desafio diário.
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Muito obrigado querida amiga, sem dúvida a raiva não deve ser contida… Bjinhos
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