Crónica à língua que uso

Crónica à língua que uso

“É um facto que o cágado continue cagado se ninguém o limpar!”
Escrito ao abrigo do AO1990

Neste dia em que celebramos a língua Portuguesa não me incomoda a sua forma de escrita, apenas o uso que dou à minha. Incomoda-me o facto de só depois de 1990 ter podido comer Kiwi, ou Yogurte, finalmente o Kilometro ficou mais curto, perdeu uma vogal.
Não me incomoda que guarda-chuva agora seja uma peça só desde que nos recolha aos dois. Não me incomodam as mudanças linguísticas da escrita, desde que continues a saborear o aroma e sabor das palavras, não me incomoda que fato seja no Brasil ocorrência real e provada, e cá um conjunto de vestuário masculino composto por três peças, no final acabas sempre de facto por arrancar-mo do corpo… Não me incomodam as diferenças linguísticas de passado e presente, ou que Egipto tenha perdido uma parte, no final continua a ser o mesmo país. Não me incomodam as consoantes mudas, afinal a humidade, ninguém sabe bem de onde vem… Incomodam-me os extremismos, as discussões, afinal quem se lembra do Português de Diniz, de Camões, de Aquilino, Eça ou Pessoa?
Não me incomoda que Fevereiro que afinal é um mês pequeno seja escrito com minúscula, será sempre o mês em que me disseste definitivamente sim… A língua e o uso que fazemos dela, serve apenas um propósito, comunicar, e tantas vezes com tanto prazer mesmo na linguagem corporal… comuniquemos… linguisticamente falando. No final quem se recorda as discussões intermináveis para o AO de 1945? Tudo é valido desde que nos possamos entender…

Alberto Cuddel

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