Ravinas da alma…
sigo os passos dados na calçada
memórias de um ontem prometido
de mão dada, o vento acoita-nos a face
e sorrimos, como se o amanhã demorasse!
vai alta a lua de Primavera
e longe estão os teus braços que me enleavam
os passos perdidos não têm resposta,
o eco do caminhar hoje é apenas um silêncio…
nessa arcádia vazia, na mesa do café
existe apenas saudade, apenas dor, apenas revolta
arrancaste-te de mim a ferros, sem um adeus,
apenas foste viver essa tua vida medíocre e conformada…
não sei o que hei-de fazer das minhas emoções
com os meus sonhos e desejos…
não sei o que hei-de ser sozinho
sem as tuas mãos e sem os seus beijos
quero que ela me diga qualquer coisa
para eu acordar de novo, viver de novo
quem ama é diferente de quem é
é a mesma pessoa sem ninguém
sem essa vida sonhada da solidão além…
Alberto Sousa
27/04/2022
Poemas de nada que se perdem na calçada
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