Poema do Adeus!
poderá ficar a saudade, poderá ficar a ausência,
que tonteira a minha, que presunção egoísta,
nada fica, tudo passa, esta bola redonda,
continuará rodando, saltitando no vazio,
eu, mero ser pensante, sem corpo, sem alma,
que falta faria?
pela parcas palavras que inusitadamente escrevi,
pelo negro abismo que abri numa alma, pura, cuidada,
singela, decidida, fui mera purga na desilusão cabal,
dos pensamentos fora de tempo, do instinto animal,
quem fui eu? uma parte, um aneurisma, arrancado
rasgado, dilacerado, um mero paliativo
que chegada a hora é abandonado
no fundo de uma qualquer gaveta,
parto, na minha sombria tristeza,
parto, mas não me dou por vencido
fico expectante aguardando, no fundo,
de uma qualquer gaveta cerebral,
até que a necessidade me chame,
eu poeta Sírio de Andrade, não morri,
Matei-me…
Uma poética e “trágica” morte…esperando a ressurreição!😉
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