Nunca me disseste que ia doer tanto, pagar pela liberdade

Nunca me disseste que ia doer tanto, pagar pela liberdade

…quando as bombas caíram pela primeira vez na Geórgia, eu não me importei, era longe, na Crimeia, era longe, eram Russos… quando fomentaram os movimentos separatistas em Donbass e Donetsk, paciência tinham muitos Russos por lá. Quando compravam gás, petróleo, cereais, e outros bem mais baratos a um regime totalitário, que bom, nós vivíamos melhor…

Mas depois vieram os exercícios militares, depois vieram as ameaças, depois os tiros, os misseis, e as bombas caíram, depois vieram as mortes, os refugiados, depois os preços aumentaram, e a liberdade, deixou de ser garantia… hoje tudo o que existia, tudo o que existe está sob ameaça, hoje vemos os nossos soldados em exercícios, vemos os nossos amigos a partir, vemos o mundo preocupado, vemos as falsas notícias, a retorica da mentira, hoje não sabemos o que é verdade, hoje não sabemos, não conhecemos, não sonhamos o amanhã…

Amanhã não sabemos se existirá essa coisa chamada “liberdade”, essa ilusão de pensar livremente, numa língua qualquer, num qualquer lugar, num sistema qualquer, amanhã não sabemos sob que leis ou vontades iremos acordar… mas assobiamos para o lado, preocupados com o nosso mundinho, preocupados com as nossas vidinhas medíocres, que futuro iremos deixar para os humanos de amanhã? Para os nossos netos, bisnetos, descendentes… irão viver nesse mundo totalitário de vontades individuais?

A.Alberto Sousa

In: Nunca me disseste que ia doer tanto

6 thoughts on “Nunca me disseste que ia doer tanto, pagar pela liberdade

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  1. É isto meu caro Alberto. Enquanto parece longe não nos importamos… Mas, num mundo sem fronteiras, o longe sempre está perto…. A dor e o sofrimento não são mesurados pela distância e o tempo.

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  2. Será que o Alberto… ou eu.. ou todos os que “assobiamos para o lado, preocupados com o nosso mundinho, preocupados com as nossas vidinhas medíocres” poderemos neste momento fazer algo mais do que ser solidários e ajudar? Diga-me o quê, Alberto?

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    1. Além de sermos solidários, podemos marcar posição, podemos deixar esta vida de conforto e consumista em que vivemos… podemos começara valorizar a liberdade, apoiar não só os que sofrem com a guerra mas os que vivem ao nosso lado… podemos voltar a ser humanos e não maquinas de consumo…

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      1. Creio que não podemos generalizar e meter tudo no mesmo saco. Cada um de nós é único, cada um de nós sabe de si e tem os seus princípios e linhas vermelhas. E além disso, felizmente, ainda há muitíssima gente boa por aí, .

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