O casual caso da virgem…
esmerou-se no lamber da folha
fino orvalho caído dos beirais
desponta da terra quente a vida fina
vento que adorna os fartos fios de prata
no vislumbre do futuro recompensa
impressão pintada das horas de lazer
brincam os dedos na madrugada
cavam os pés a terra arada,
entre coxas desesperada…
amassam o pão do jerico
os dentes que a boca mordem
lábios finos desenhados
cansaço das coisas feitas
finas laminas sob as cabeças…
Para os que insistem, o motivo expresso:
Se no erro se trona humano
penso um pouco a respeito,
e percebo que não nasci pra ser predicado
e sim sujeito, entre as asas que carregas no peito
entendi que quem guia não é a razão,
e sim o que bate no peito,
ganhei de ti o direito
de ser feliz e imperfeito
meramente humano
meramente homem
por defeito…
Alberto Cuddel
27/09/2021
05:53
Alma nova, poema esquecido – XXXV
Bonito poema, tradicionalmente lusitano, Alberto.
GostarLiked by 1 person