Revoluções
“Transponho montanhas já derrubadas
E dunas rasas pelos ventos do tempo
Escorridos sentimentos nos cardos
Erva que chora pisada pelos pés descalços
Prantos de mães coragem, filhos do ontem
Revoluções essencialmente inúteis”
Tudo muda na permanecia das nuvens baixas
O tempo que vaga e um sopro de nada
Um crepitar de madeira e o fumo das armas
Um coração arrancado do peito, um corpo inerte
Uma arte esquecida, um querer permanente
Tudo muda continuando igual, o tempo passa
Mas a gente, a gente não… e as palavras fazem questão
Revolve-me os fígados a liberdade… qual liberdade
Se eu, eu me entrego à prisão… essa que me morre na alma
Residente de um corpo que definha…
E depois tu… essa sede de mudança…
Mas a mudança não existe…
Porque não mudas a pauta
Apenas desejas… mudar a decoração do palco
Não a pauta, a orquestra ou o maestro…
Revolução? Qual revolução?
“Transponho montanhas já derrubadas
E dunas rasas pelos ventos do tempo
Escorridos sentimentos nos cardos
Erva que chora pisada pelos pés descalços
Prantos de mães coragem, filhos do ontem
Revoluções essencialmente inúteis”
Alberto Cuddel
25/08/2021
15:30
Alma nova, poema esquecido – XXVII
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