Jardim de ontem!

Jardim de ontem!

Colhi em mim as flores abandonadas
Num qualquer outro jardim plantadas
Numa qualquer esperança, ali regada
Encantamento, fonte das aves amada!

Caminhos, passeios, não levam a lugar algum,
Rodopiam, contornam, ladeiam, circundam,
Caminhos, correm, pulam, dançam, choram,
Ficam, partem, caem sozinhos na triste solidão
Sozinho assim fica sentado no único banco
Que o jardim moribundo não viu partir!
Aves que ontem se abrigavam, partiram
Os jogos de tabuleiro, acabaram
As crianças que brincavam, cresceram
Hoje passam apressadas, não param
Pobre cantoneiro saudoso, sentado
Deixado só, na saudade, tempo passado!

Alberto Cuddel®
08/12/2015

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