Apaguem-me a luz…
rasguem-me a alma e cosam-me a túnica
apanhem-me do chão, colem-me os cacos
ou apenas deixem-me, ali espalhado ao tempo…
apaguem a luz e partam… aqui nada há a ver…
deixei de me importar… deixei de viver…
que me advenham os ventos e tempestades
que me esqueçam as humanas almas…
que me enclausurem nos calabouços do tempo
sem esperança nas palavras que me anoitecem
rogo-vos celtas divindades que me tomem
que me levem na viagem eterna, sem luz e sem lanterna
sem a visão do caminho, que me deixem, só, sozinho…
não me importa o gelo eterno, ou o calor do submundo
apenas quero a paz do silencio, e a luta comigo mesmo…
vão, vão, desapareçam… mas apaguem a luz…
Alberto Cuddel
22/05/2021
12:00
In: Entre o escárnio e o bem dizer,
Venha deus e escolha LXIV
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