“ilumina-me”
Que sejas a sarça ardente que me ilumina as auroras
antes que me amanheçam os dedos,
que te procure o olhar nas estrelas ardentes
que sejas fogo que me abraça em manhãs de segunda-feira…
que sejas palavra e voz que chama [ilumina-me]
que a luz ténue que te ondula na alma, se faça fogo
que a chama que te bruxuleia nas mãos se faça plena
que os gestos teus contaminem e contagiem [ilumina-me]
sinto, como quem sente o vazio, esse desejo de nada…
essa vontade de tudo, sem caminho e direcção
de braços abertos, espero o amanhã… [ilumina-me]
antes que me arrebate a noite, antes que me preencha o negrume…
faça-se luz na nave, nesses passos contidos, enquanto deitado…
caminhar pesado, lágrimas vazias de água…
e depois do adeus… a cada fim de tarde…
[ilumina-me]
Alberto Cuddel
11/05/2021
14:40
In: Entre o escárnio e o bem dizer,
Venha deus e escolha LXI
o tipo de coisa que a gente curti, salva e ainda imprimi para colar no caderno… // incrível como sempre !
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Muito obrigado amiga, os seus comentários emocionam-me… Pois raros são os leitores que deixam uma palavra…
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Eu que agradeço pelo privilégio de ler os teus escritos 🙂
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