Doce olhar distante…
é a tua voz distante eco de uma saudade que nunca aconteceu
e foi semente do tempo que será
entre o sonho e o desejo, chove, crescem as ervas
amadurecem os cachos nas videiras e abrem os braços as árvores
namoram os pássaros os ninhos…
e fez-se poema nas serras o desejo de as abraçar aos céus
fez-se paixão a palavra e a confirmação do sim
corremos montes e vales,
atravessemos o mundo e os rios…
e os braços paralisados pelo desejo
que um mundo proibido, deixaram de remar
ou suspenderam no amor que livre jogou
maior que posse em fugaz tempo sonho que húmido definhou…
ergue-se a esperança em águas de Abril
no tejo correntes e douro em repouso
há novos prazeres que a carne semeia
apagam-se os fumeiros… varre-se a eira…
nesse olhar distante deposito a esperança como eco
de uma saudade que ainda não nasceu…
Alberto Cuddel
19/12/2020
16:40
Poética da demência assíncrona…
Neste post imaginei que lia Thiago Paixão, rsrsrrsrs
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