Primavera
Na encruzilhada do entardecer
Amanheceu a saudade como breu
Neblinas de uma alma adormecida
Choros e prantos de um sofrer
Onde se anuncia a Primavera?
Rumores arrastado pelo caminho
Mãos estendidas à solidariedade
Passos de saltos travados, sozinho
Cega seja, como és na verdade!
Sementes contorcidas de dor
Humidade da terra, canto das aves
Renovação da vida, das flores o odor
Expiação dos pecados, beijos onde cabes
Destino traçado partido no chão
Aves nidificando esperam o Verão
Passos que se perdem dados ontem
Nunca encontrados pelos que sentem…
Ó incúria da Curia em posse
Desse deus que apregoais
Vinde, vinde mais, mais…
Se de vos partilhásseis o pouco que fosse
Seriam mais, bem mais, à luz de Deus…
Vinde anais da memória, revelai
Uma outra e nova história
Escrita em punhos de sangue
Vós que me escutais agora,
Em boa verdade, apenas mudai…
Sede novos a cada hora…
Renovai, sede vós também a Primavera…
Alberto Cuddel
15/10/2020
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