Suspeita…
[caíram os primeiros pingos…]
e era tudo para gloria da certeza
insuspeito o fogo que lhe queimava o peito
suspeita cardíaca, essa doença que lhe tolhia a alma
(…) -amor, tão somente amor!
desdobrei a primeira colecção de abraços
assim… na pura simplicidade de quem perdeu o medo
confinados, apenas suspeita…
a vida corria vagarosamente por entre os vales
e depois o vento, esse que nos moldava as areias
juntava as folhas velhas, vazias de tinta
desconfinadas palavras pandémicas
despe de máscaras a alma, quero ler-te nos lábios
essa certeza de que é perto
esse beijo desencontrado do olhar
mendigas amor, como suspeita da reciprocidade
essa entrega sem retorno
amar, assim, simplesmente
como Ele nos amou
incondicionalmente… sem suspeita…
Alberto Cuddel
30/09/2020
00:07
Poética da demência assíncrona…
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